Belém tem mobilização contra a escala 6×1 nesta sexta-feira

Sete cidades em todo o país estão participando do ato. A PEC busca garantir que os trabalhadores tenham mais de um dia de folga por semana ou folgas mais distribuídas.

Foto: Alexandre Lins

Na manhã desta sexta-feira (15), dia da Proclamação da República, Belém participa de uma mobilização nacional organizada pelo movimento Vida Além do Trabalho (VAT) pelo fim da escala 6×1. A concentração acontece em frente à Praça do Operário, no bairro de São Brás, com início às 8h30.

Sete cidades em todo o país estão participando do ato. Em Belém, a mobilização é organizada por sindicatos, movimentos sociais e grupos ligados a partidos políticos. A iniciativa já conta com a adesão de mais da metade dos deputados paraenses, somando onze entre os 194 parlamentares que assinaram a petição nacional.

Durante o ato, nossa equipe falou com Rodrigo Moraes, vereador eleito do partido PCdoB, ele defende o fim da escala 6×1 para o trabalhador ter uma vida mais digna.

Para garantir que o trabalhador tenha condições de usufruir do seu salário, descansar mais e ter uma vida mais digna. É uma luta nacional que está unificando a classe trabalhadora.”

Rodrigo Moraes (PCdoB) – Vereador eleito.

Wellingta Macedo (PSTU), candidata a prefeitura de Belém nas útimas eleições esteve presente no ato e comentou a pec, pra ela a jornada 6×1 é a escravidão moderna e precisa acabar pra que o trabalhador tenha mais dignidade.

A jornada 6×1 é a escravidão moderna na vida da classe trabalhadora, ela não permite que os trabalhadores e principalmente as mulheres trabalhadoras possam ter tempo pro lazer, pra cuidar dos seus filhos, pra estudar e pra fazer qualquer outra coisa, não permite que os trabalhadores tenham qualidade de vida

Wellingta Macedo (PSTU)

A petição pública criada pelo VAT e direcionada ao Congresso Nacional já coletou mais de 2 milhões de assinaturas. O movimento ajudou a formular a proposta de emenda constitucional (PEC) da deputada Erika Hilton (PSol-SP) criada há seis meses. A petição alcançou o número mínimo de assinaturas na manhã desta terça-feira (13) e, finalmente, será apresentada e levada à discussão para a Câmara dos Deputados.

O que diz a PEC?

A PEC reduz de 44h para 36h semanais como limite máximo de horas de trabalho. De acordo com Hilton, o formato atual não permite ao trabalho se capacitar, estudar e cuidar da saúde. Caso seja tramitada, a PEC fará com que o número de dias trabalhados por semana não passem de cinco.

A chamada “PEC 6×1” refere-se a uma Proposta de Emenda à Constituição que visa regulamentar a jornada de trabalho, propondo o fim da escala de 6×1, em que o trabalhador labora por seis dias consecutivos e tem apenas um dia de descanso. O objetivo principal é garantir um regime de trabalho mais equilibrado e que promova melhores condições de vida e saúde para os trabalhadores.

Embora o texto exato possa variar conforme a tramitação e ajustes legislativos, as principais reivindicações da PEC 6×1 geralmente incluem:

Alteração na Jornada de Trabalho: Substituir a escala 6×1 por um modelo mais flexível e saudável, com intervalos de descanso mais frequentes e adequados.

Valorização do Descanso Semanal: Garantir que os trabalhadores tenham mais de um dia de folga por semana ou folgas mais distribuídas.

Proteção à Saúde Física e Mental: Reconhecer os impactos negativos de jornadas exaustivas, priorizando o bem-estar dos trabalhadores.

Uniformidade Nacional: Criar diretrizes gerais que valham para todos os estados e setores, evitando que empregadores utilizem brechas legais para impor jornadas desgastantes.

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