Nos últimos meses, a cidade de Belém do Pará, escolhida como sede da COP 30 em 2025, tem sido alvo de críticas infundadas por parte de setores da mídia estrangeira e do Sudeste do Brasil. Esses ataques, muitas vezes carregados de preconceito e desconhecimento, questionam a capacidade da cidade de receber um evento global dessa magnitude. No entanto, Belém não apenas está preparada para acolher o mundo, como também representa a porta de entrada para a Amazônia, um dos biomas mais importantes do planeta, e uma cidade que combina tradição, modernidade e potencial econômico inexplorado.
Faltam mais hospitais, escolas, saneamento, melhor remuneração dos servidores públicos? É óbvio que sim, mas isso não é um problema apenas do Pará e de Belém. Em outras capitais e até em outros países, os problemas sociais e econômicos também existem, mas ninguém em sã consciência e de boa fé deixa de querer que sua cidade receba um evento com a magnitude e importância que tem uma Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e tudo que isso representa, antes, durante e após o evento.
Belém: Uma Cidade Histórica e Estratégica
Belém não é apenas a capital do Pará, mas também o coração da Amazônia Oriental. Com mais de 400 anos de história, a cidade possui uma riqueza cultural incomparável, expressa em sua arquitetura colonial, sua culinária singular (como o açaí, o tacacá e o pato no tucupi) e suas manifestações que vão do folclórico ao religioso, como o Círio de Nazaré, um dos eventos que mais pessoas reúne no mundo ocidental e que é reconhecido como Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO.
Além disso, Belém é um centro logístico e econômico estratégico, situada na foz do Rio Amazonas e próxima a importantes rotas de comércio internacional. O Porto de Belém é um dos mais movimentados da região Norte, e o Aeroporto Internacional de Val-de-Cans está passando por ampliações para receber voos de diversas partes do mundo.
Preparação para a COP 30: infraestrutura e sustentabilidade
Apesar das críticas, Belém já está em processo acelerado de modernização para a COP 30. Ações combinadas entre os governos federal e do estado, assim como com a prefeitura, têm investido em:
- Mobilidade urbana: Expansão do sistema de transporte público, incluindo novas avenidas de acesso, corredores de BRT e melhorias no tráfego e com um nova frota de ônibus (menos poluentes, com ar-condicionado e internet).
- Hospedagem: Novos hotéis e parcerias com redes internacionais para atender a demanda de delegações estrangeiras.
- Estrutura de eventos: Modernização do Hangar Centro de Convenções, um dos maiores da região Norte, e construção de novos espaços para receber milhares de participantes.
- Sustentabilidade: Projetos de energia limpa, saneamento básico e preservação de áreas verdes, reforçando o compromisso da cidade com a agenda ambiental.
A Oportunidade de negócios e turismo pós-COP 30
A COP 30 não será apenas um evento sobre mudanças climáticas, mas uma janela de oportunidades para Belém e toda a região Norte. A presença de líderes mundiais, investidores, cientistas e jornalistas colocará a cidade no mapa global, abrindo portas para:
Turismo internacional: A Amazônia é um dos destinos mais cobiçados por viajantes que buscam ecoturismo e experiências culturais únicas.
Investimentos em bioeconomia: Belém pode se tornar um polo de negócios sustentáveis, atraindo empresas de tecnologia verde, agroecologia e biotecnologia.
Integração regional: A COP 30 fortalecerá a cooperação entre países amazônicos, posicionando Belém como uma cidade-chave para o desenvolvimento sustentável.
Se parássemos por aqui, já teríamos motivos suficientes para abandonar qualquer ideia mesquinha ou de puro revanchismo político contra os governos de plantão, para focarmos nos ganhos coletivos que a sociedade paraense como um todo terá com a realização da COP 30 em nossa capital.
Contra o preconceito, a realidade

É lamentável que, em pleno século XXI, ainda existam visões estereotipadas sobre o Norte do Brasil. Belém não é uma cidade “atrasada” ou “incapaz” – é uma metrópole vibrante, com uma população acolhedora e um potencial que só agora começa a ser reconhecido.
A COP 30 será a chance de mostrar ao mundo que Belém não apenas pode receber grandes eventos, mas também pode liderar o debate global sobre o futuro da Amazônia e do planeta. Em vez de críticas infundadas, a mídia deveria enxergar a riqueza e o dinamismo de uma cidade que está pronta para brilhar no cenário internacional.
Belém está de braços abertos para o mundo. E o mundo descobrirá, em 2025, que a capital paraense é muito mais do que imaginavam.
A COP 30 como transformação para Belém e o Pará
Com menos de 200 dias restantes para a COP 30, destacamos os investimentos em infraestrutura, empregabilidade e mobilidade que visam transformar o evento em um marco histórico para Belém e o estado, garantindo benefícios duradouros à população.

Destaques das ações em curso:
- Empregabilidade e Capacitação
- Lançamento de uma plataforma de empregabilidade para conectar profissionais qualificados pelo programa Capacita COP 30 às oportunidades geradas pelo evento.
- Mais de 16 mil pessoas já certificadas em cursos gratuitos (turismo, produção alimentícia, inglês, etc.).
- Parcerias com 25 instituições, incluindo SEST/SENAT, ampliando a oferta para 105 cursos.
- Infraestrutura e Legado Urbano
- Parque da Cidade (78% concluído): Será um dos maiores projetos urbanos de Belém, com museu, centro de inovação, áreas verdes e espaços culturais.
- Porto Futuro II (83% concluído): Abrigará o Centro de Inovação e Bioeconomia, museus e atrações turísticas.
- Obras de macrodrenagem em 13 canais, beneficiando 500 mil pessoas com saneamento e áreas de lazer.
- Mobilidade Urbana
- BRT Metropolitano com veículos elétricos e a diesel de baixa emissão.
- Construção de 4 viadutos e modernização de vias, incluindo a Ponte de Outeiro e ampliação da Rua da Marinha.
- Hospedagem e Turismo
- Contrato com Embratur para disponibilizar 6 mil leitos em navios, garantindo hospedagem para participantes da COP.
- Revitalização do Ver-o-Peso, Mercado de São Brás e Parque Urbano São Joaquim, impulsionando o turismo local e garantindo melhores acomodações para o lazer dos próprios paraenses.
Impacto Pós-COP 30
As ações não apenas preparam a cidade para o evento, mas buscam mudar o paradigma socioeconômico do Pará, com:
- Geração de emprego e renda através da qualificação profissional.
- Melhoria na infraestrutura urbana e ambiental, com obras de saneamento e mobilidade sustentável.
- Fortalecimento do turismo e da bioeconomia, consolidando Belém como um polo de inovação e cultura amazônica.
A COP 30 está sendo planejada para ser muito mais que um evento de sucesso – será um divisor de águas, deixando um legado permanente de desenvolvimento para os paraenses e por que não dizer um lugar melhor para os brasileiros que aqui vieram morar ou passear?
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