Aterro de Marituba suspende recebimento de lixo de Belém por dívida de R$ 15 milhões

Para tentar resolver a situação, a Prefeitura de Belém recorreu ao Poder Judiciário, solicitando medidas enérgicas contra a empresa.

Foto: arquivo Ag. Belém

A crise financeira entre a Prefeitura de Belém e a Guamá Tratamento de Resíduos atingiu um ponto crítico nesta terça-feira (2), resultando na suspensão do recebimento de lixo doméstico da capital no Aterro Sanitário de Marituba. A falta de pagamento, que acumula mais de R$ 15 milhões em dívidas antigas, levou a empresa gestora do aterro a interromper o serviço às 6h, após cobrar uma fatura de R$ 3,6 milhões referente a janeiro, vencida há mais de 90 dias.

Apesar das tentativas de contato, a Guamá Tratamento de Resíduos afirma que não obteve resposta que demonstrasse o interesse da Prefeitura de Belém em quitar ao menos esta parcela da dívida. No entanto, o recebimento de resíduos das cidades de Ananindeua e Marituba continua normalmente.

A Prefeitura de Belém, por sua vez, afirma estar fazendo esforços contínuos para regularizar os pagamentos e manter a prestação dos serviços. Desde janeiro de 2024, a Guamá Resíduos Sólidos já recebeu mais de R$ 18 milhões da prefeitura. Mesmo assim, a empresa optou por interromper o serviço essencial, gerando caos no sistema de coleta de resíduos e comprometendo a limpeza urbana na capital.

Para tentar resolver a situação, a Prefeitura de Belém recorreu ao Poder Judiciário, solicitando medidas enérgicas contra a empresa. Entre os pedidos, destaca-se a aplicação de uma multa de R$ 1 milhão por hora de paralisação, o bloqueio dos passaportes e CNHs dos diretores da empresa, incluindo aqueles sediados em São Paulo. Esta medida visa garantir que os responsáveis não possam sair do país, evitando a impunidade e forçando o cumprimento das decisões judiciais.

Além disso, a administração municipal solicitou a intimação do Ministério Público Estadual para investigar possíveis infrações e danos ambientais causados pelo descumprimento das ordens judiciais. A prefeitura reforçou que não cederá a pressões econômicas e continuará lutando pela regularização dos serviços de gestão de resíduos sólidos, sempre priorizando o interesse público e a defesa do meio ambiente.

A nova concessionária de limpeza de Belém, a Ciclus Amazônia, informou que acompanha de perto as negociações entre a Prefeitura de Belém e a Guamá. As equipes da Ciclus seguem a rotina de coleta em todos os bairros da capital paraense. A empresa orienta os moradores de Belém a utilizarem os locais corretos de descarte de resíduos, a fim de evitar o acúmulo de lixo e entulho nas vias.

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