Em meio à efervescência da COP30, Belém ganhou um novo espaço de celebração da cultura amazônica. O Museu do Artesanato Paraense (MAP) abriu suas portas no Espaço São José Liberto, no bairro do Jurunas, com a proposta de transformar a arte popular em protagonista durante o evento climático.
Com o tema “Leve a arte da Amazônia com Você”, o museu reúne mais de 30 artistas e grupos locais, entre indígenas, quilombolas, ribeirinhos e artesãos urbanos. O público poderá conhecer peças inspiradas em tradições ancestrais, em uma mostra que une arte, música e sustentabilidade.
“Abrimos o museu para que todos possam levar consigo um pouco da nossa cultura e beleza natural”, afirmou Inocencio Gasparim, secretário de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster). “Durante um evento em que o mundo olha para Belém, é essencial mostrar a força que nossa arte carrega.”

O espaço funciona como uma imersão na identidade paraense. Cestarias feitas de fibras naturais, cerâmicas marajoaras e tapajônicas, miçangas e sementes transformadas em joias estão entre as obras expostas. Cada peça carrega a história de comunidades que mantêm vivas técnicas passadas de geração em geração.
“É muito importante mostrar o que temos para o mundo. A gente usa o cocar e as pulseiras de miçanga todos os dias, são símbolos da nossa identidade”, contou o artesão indígena Delson Uutu Wai Wai, uma das atrações do espaço.

O MAP também conta com apoio de instituições como o Sebrae-PA e os Correios, que disponibilizaram serviços para facilitar o envio das peças a outros estados e países.
“Nosso papel é apoiar os artistas e permitir que o artesanato paraense circule e seja reconhecido internacionalmente”, destacou Marcelo Pinheiro, superintendente dos Correios no Pará.
Durante os 11 dias de programação, o público poderá acompanhar shows de artistas locais e regionais, como Nilson Chaves, Banda Sayonara, Fruto Sensual, Grupo Paranativo e Mariza Black, além de projetos culturais como Saia de Flores, Sons Atípicos e o Madrigal da Uepa.

O local escolhido para abrigar o museu carrega também uma história de resistência: o Espaço São José Liberto, construído em 1749, já foi convento e presídio antes de se tornar um polo cultural. Hoje, abriga o Polo Joalheiro, o Museu de Gemas do Pará, a Casa do Artesão e o Coliseu das Artes.
Com entrada gratuita, o Museu do Artesanato Paraense funciona até o dia 21 de novembro, das 16h às 22h, e se consolida como uma das experiências mais ricas da COP30 — um ponto de encontro entre tradição, criatividade e o futuro da Amazônia.










Deixe um comentário