A vila de Alter do Chão, em Santarém, será novamente palco de uma das manifestações culturais mais emblemáticas do Pará. O Sairé 2025 começa nesta quinta-feira (18) e se estende até segunda (22), reunindo ritos religiosos, tradições indígenas, costumes ribeirinhos e muita música. O tema escolhido para este ano é “Cecuiara da Tradição“, expressão que remete ao nascimento, ao compartilhamento de saberes e à vida em comunidade.
Reconhecido como patrimônio cultural brasileiro, o Sairé preserva símbolos e práticas herdadas desde o século XVII, quando os jesuítas incorporaram elementos da fé católica às manifestações indígenas do povo Borari. Hoje, a festa segue viva pela memória coletiva, reunindo cortejos, celebrações e disputas que envolvem toda a região.
Para garantir a realização do evento, o Governo do Pará destinou R$ 1,5 milhão em recursos. A maior parte desse montante, R$ 1,2 milhão, foi viabilizada pelo Programa Semear, considerado uma das principais políticas públicas de incentivo à cultura no estado. Outros R$ 300 mil foram repassados diretamente pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult), fortalecendo a organização e a produção local.
Segundo a secretária de Cultura, Ursula Vidal, o Sairé é um exemplo da riqueza cultural do Pará. “É uma celebração que traduz nossa ancestralidade, criatividade e identidade, tornando-se referência não apenas para os paraenses, mas para todo o Brasil”, afirmou.
A programação oficial inclui rituais, apresentações regionais e nacionais, além da tradicional disputa dos botos Tucuxi e Cor de Rosa, marcada para sábado (20). No domingo (21), acontecem os ritos religiosos e shows musicais. A festa se encerra na segunda-feira (22) com a derrubada dos mastros, a distribuição do tradicional tarubá e a apuração que revelará o boto vencedor de 2025.
Mais do que tradição, o Sairé também movimenta a economia criativa e o turismo em Alter do Chão, atraindo visitantes de diversas partes do país e reforçando a importância da cultura como motor de desenvolvimento regional.