Salvaterra suspende aulas como medida de segurança durante protestos contra aumento na tarifas de balsas - Estado do Pará Online

Salvaterra suspende aulas como medida de segurança durante protestos contra aumento na tarifas de balsas

Moradores de Salvaterra relataram que, durante a ação da tropa de choque para liberar a PA-154, na quarta-feira (19), policiais usaram spray de pimenta e bombas de gás de efeito moral em áreas residenciais e atingiram uma escola próxima. Alunos e professores precisaram de atendimento médico.

A Secretaria Municipal de Educação de Salvaterra anunciou, nesta quinta-feira (20), a suspensão das aulas nos turnos da tarde e noite da rede municipal de ensino devido às manifestações e bloqueios nas vias de acesso que ocorrem no município. A medida foi tomada em razão dos protestos contra o aumento das tarifas de balsas no Porto Camará, que chegaram ao quinto dia de mobilização.

A manifestação, que começou no domingo (16) com caminhoneiros e ganhou adesão de donos de vans e comunidades quilombolas, tem gerado impactos no abastecimento de produtos essenciais, como hortifrúti e combustíveis, em municípios do arquipélago do Marajó. O principal ponto de reivindicação é a redução dos preços das passagens para veículos que fazem a travessia entre Camará e Belém, cujos valores podem ultrapassar R$ 2,4 mil, dependendo do tipo de veículo e carga transportada.

Foto reprodução

De acordo com a Associação de Transportadores de Cargas e Logística do Marajó (Atransmar), o reajuste das tarifas, que chega a 23%, está afetando economicamente os trabalhadores da região, que dependem do transporte fluvial para realizar suas atividades.

A situação tem gerado tensões principalmente em Salvaterra, onde os protestos estão centralizados. Durante a ação da tropa de choque para liberar a PA-154, na quarta-feira (19), moradores denunciaram que policiais lançaram spray de pimenta e bombas de gás de efeito moral dentro de residências que não tinham relação com o protesto, além de em uma escola próxima. Vários alunos e professores passaram mal e precisaram de atendimento médico após a intervenção.

Em resposta aos impactos dos protestos e da ação policial, a Secretaria de Educação informou que um novo comunicado sobre a retomada das aulas será divulgado até o final do dia. A gestão agradece a compreensão de todos diante da situação.

Sobre a ação desta quinta feira (19), a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) informou que Policiais Militares do Batalhão de Polícia de Choque foram enviados ao Marajó para garantir a ordem pública, o direito de ir e vir da população e a desobstrução da PA-154, especialmente para garantir o abastecimento de alimentos à região. A pasta disse ainda que a operação seguiu protocolos de segurança e reafirmou que as detenções ocorreram dentro da legalidade.

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