Prefeitura de Belém se pronuncia sobre exclusão de blocos afros e afoxés do Carnaval

A pasta justificou a decisão citando a situação financeira da prefeitura, marcada por estruturas precarizadas e um alto volume de dívidas herdadas pela gestão atual, o que resultou na necessidade de cortes de gastos

Créditos: João Gomes

A Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Semcult), respondeu à solicitação do Ministério Público Federal (MPF) sobre a exclusão dos blocos afros e afoxés da programação oficial do Carnaval 2025. Em nota, a gestão municipal afirmou que não houve previsão orçamentária para a inclusão de subvenção a nenhum bloco tradicional que participasse dos desfiles carnavalescos.

Uma manifestação do MPF ocorreu após organizações da comunidade afro-brasileira denunciarem a medida, classificando-a como racismo institucional e um apagamento da cultura afro-brasileira durante as festividades. As entidades têm a reivindicação de reinserção dos blocos na abertura dos desfiles das escolas de samba, além de apoio ao “Circuito Antirracista Mãe Raimundinha da Cocada” e um diálogo aberto com a administração municipal.

Em resposta, a Semcult esclareceu que foi aprovado a participação dos blocos na abertura do segundo dia de desfiles do grupo especial, mas sem aporte financeiro. A pasta justificou a decisão citando a situação financeira da prefeitura, marcada por estruturas precarizadas e um alto volume de dívidas herdadas pela gestão atual, o que resultou na necessidade de cortes de gastos.

Ainda segundo a Secretaria, o compromisso com a cultura do povo paraense permanece inalterado e qualquer alegação de discriminação é infundada. “Seguimos empenhados na valorização da diversidade cultural e na eliminação de qualquer ato de discriminação racial”, destacou a nota oficial.

O MPF também solicita que a secretária de Cultura e Turismo, Cilene Sabino, apresente as medidas que serão adotadas para atender às demandas das organizações sociais. O caso segue em análise pelo órgão federal.

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