BNDES diz que ainda não autorizou liberação de recursos para duplicação da Rua da Marinha, em Belém, por impactos ambientais - Estado do Pará Online

BNDES diz que ainda não autorizou liberação de recursos para duplicação da Rua da Marinha, em Belém, por impactos ambientais

Documentos técnicos apontam impactos ambientais na obra, incluindo a supressão de vegetação e a possível presença de espécies ameaçadas.

Reprodução/Agência Belém. Rua da Marinha, em Belém

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ainda não aprovou a liberação de recursos para uma obra relacionada à COP30 em Belém, segundo a diretora socioambiental da instituição, Tereza Campello. A declaração foi feita nesta quarta-feira (12), destacando que não houve aprovação formal, contratação ou repasse de valores. O projeto em questão tem custo estimado em R$ 242,3 milhões e é conduzido pelo Governo do Pará.

Campello afirmou que nenhuma instância do banco, incluindo a diretoria, autorizou a execução do empreendimento. Segundo ela, o licenciamento ambiental é um fator determinante no processo de análise do BNDES. O governo estadual foi questionado sobre o assunto, mas ainda não se pronunciou. As informações são da Folha de S. Paulo.

Em janeiro deste ano, a duplicação e o prolongamento da rua da Marinha, em Belém, avançaram como parte do pacote de obras planejadas para a conferência climática. O governo estadual argumenta que a ampliação da via é necessária para a mobilidade urbana durante o evento, previsto para novembro, além de facilitar o acesso ao estádio do Mangueirão.

A obra foi licenciada pelo governo estadual em agosto de 2024. Documentos técnicos apontam impactos ambientais, incluindo a supressão de vegetação e a possível presença de espécies ameaçadas. O Ministério Público entrou com ação contra a obra, e a Justiça chegou a suspender os trabalhos, decisão posteriormente revertida pelo Tribunal de Justiça do Pará.

Em relação à infraestrutura para hospedagem durante a COP30, o plano inicial previa a atracação de cruzeiros na área central de Belém, o que exigiria obras de dragagem na baía do Guajará. No entanto, diante dos impactos ambientais, os governos federal e estadual optaram por realocar o ponto de atracagem para o porto de Outeiro.

O BNDES e representantes do governo federal estão em Belém para acompanhar a agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que visitará as obras da COP30 na sexta-feira (14). Entre os anúncios previstos estão a liberação de R$ 250 milhões para obras de macrodrenagem, R$ 45 milhões do Fundo Amazônia para ações de combate a queimadas e a estruturação de concessões florestais na região.

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