Na última quinta-feira (06), durante a Assembleia Geral que iria decidir se terminariam a greve ou não, os professores convocados pelo SINTEPP reuniram-se na área externa da SEDUC, mas apesar de um debate acalorado, não chegaram à uma conclusão sobre o movimento paradista. Alegando que a chuva interrompeu a reunião, a direção do sindicato informou por suas redes sociais que uma nova assembleia será realizada na próxima segunda-feira (10).
No entanto, a direção do sindicato segue fingindo que não viu ou que não soube, que neste mesmo dia, um grave incidente ocorreu no local. Uma equipe de jornalismo do EPOL foi hostilizada ao tentar realizar seu trabalho e fazer a cobertura da assembleia dos educadores. O silêncio da diretoria do SINTEPP acaba por legitimar as ofensas deferidas contra a jornalista Sarah Carvalho e o cinegrafista André Galvão, que foram expulsos do local de forma grosseira e antidemocrática.
O silêncio sobre o ataque dos agressores na Assembleia do SINTEPP segue mesmo após o SINJOR-PA ter emitido nota de solidariedade e repudiar qualquer ato de hostilização contra profissionais da imprensa. Tanto o SINTEPP quanto o SINJOR-PA são dirigidos por militantes do PSOL, partido que governou Belém até o dia 31 de dezembro, com o prefeito Edmilson Rodrigues, derrotado nas urnas pelo prefeito eleito Igor Normando (MDB).
Até meados de 2024, o PSOL mantinha uma aliança política com Helder Barbalho, mas quando este lançou Igor para suceder Edmilson, a militância partidária declarou guerra a todos do MDB, sobretudo ao prefeito de Belém e ao governador do Estado.
Não causa estranhesa o comportamento dos dirigentes do SINTEPP em não se manifestar sobre o ocorrido dentro de sua Assembleia Geral, pois as agressões contra nossa equipe sucederam a fala da coordenadora do sindicato, que com o microfone em mãos questionou a presença dos profissionais de imprensa, devidamente indentificados com seus crachás. Conceição Holanda, que há anos é membro da coordenação do SINTEPP disse na caixa de som que ninguém havia contratado equipe de filmagem e que nada deveria ser gravado na reunião.
Vale lembrar que dias atrás, o sindicato que reinvindicou do governo a entrada e a presença da imprensa no interior da SEDUC, quando um grupo de indígenas derrubou os portões da secretaria e junto com um grupo de professores ocuparam o prédio onde se mantêm até hoje, aguardando o desfecho da revogação da Lei 10.820, alvo de protestos e manifestações.
Apesar de terem assinado um Termo de Compromisso na última quarta-feira (05), quando foi combinado que desocupariam o prédio da SEDUC e os professores finalizariam a greve, o grupo de indígenas acampados decidiu que só deixa o local quando a Lei 10.820 for revogada na ALEPA e o SINTEPP continua a greve e cobra a exoneração do secretário de Educação, Rossieli Soares, pauta que não entrou no acordo com o governo, que no dia seguinte encaminhou o Projeto de Lei 13/2025 para apreciação dos deputados estaduais, como reza o rito. A proposta revoga a Lei 10.820/24 Além da revogação da lei, o novo projeto repristina cinco leis estaduais que haviam sido excluídas, restaurando direitos e garantindo a continuidade de políticas educacionais fundamentais. São elas:
Lei sobre a remuneração dos profissionais da educação básica (Lei Estadual nº 9.322)
Estatuto do Magistério (Lei Estadual nº 5.351)
Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) (Lei Estadual nº 7.442)
Lei do Sistema Modular de Ensino (Some) (Lei Estadual nº 7.806)
Lei sobre jornada de trabalho e aulas suplementares (Lei Estadual nº 8.030)
O projeto representa uma importante conquista para a defesa da educação pública no Pará, garantindo a manutenção dos direitos dos profissionais da área e assegurando a continuidade do ensino voltado para comunidades tradicionais. A previsão é que a proposta seja votada no plenário da Alepa no dia 19 de fevereiro.
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