A pimenta-do-reino, famosa por seu uso na culinária mundial, também é destaque em uma pesquisa inovadora desenvolvida pela Universidade Federal do Pará (UFPA). O estudo, conduzido pela bolsista Isis Gomes Campos, do Instituto de Tecnologia (Itec/UFPA), investiga a aplicação do óleo essencial da especiaria na produção de sabão em barra, utilizando princípios de sustentabilidade e química verde.
Sabão sustentável e multifuncional
A pesquisa tem como foco a elaboração de sabões que combinam óleo essencial de pimenta-do-reino com óleos fixos de plantas amazônicas, como castanha-do-pará, andiroba, coco e açaí. Além de oferecer propriedades terapêuticas, os sabonetes são desenvolvidos por meio do processo a frio, preservando os compostos ativos dos ingredientes.
“O processo a frio foi escolhido para evitar perdas das propriedades voláteis do óleo essencial, garantindo um produto final mais eficaz e rico em benefícios para a pele”, explica Isis Campos.
Entre as vantagens do sabão estão ações anti-inflamatórias, antioxidantes, emolientes e cicatrizantes, promovendo não só a limpeza, mas também o cuidado com a saúde da pele.
Impacto ambiental e valorização regional
Além de explorar os benefícios cosméticos, o estudo busca agregar valor econômico às matérias-primas amazônicas e criar um modelo de produção sustentável para pequenos produtores. A pesquisa adota os princípios da química verde, priorizando a redução de resíduos e emissões poluentes ao longo do processo de fabricação.
“O uso de matérias-primas renováveis e um planejamento experimental estratégico mostram que é possível integrar responsabilidade ambiental e produtos de alta qualidade”, destaca Isis.
Resultados e avanços
Os sabonetes desenvolvidos foram caracterizados em laboratório, comprovando sua eficácia funcional e medicinal. O estudo também aponta para o potencial de ampliar a escala de produção, beneficiando comunidades amazônicas e contribuindo para a economia local.
Sobre a pesquisa
O projeto foi realizado no Laboratório de Biossoluções e Bioplásticos da Amazônia (FEQ/ITEC) e financiado pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O trabalho é parte do projeto maior Potencial de Oleaginosas da Amazônia para o Desenvolvimento de Novos Produtos, coordenado pelo professor Davi do Socorro Barros Brasil.
A pesquisa reafirma o compromisso da UFPA com a sustentabilidade, inovação e valorização dos recursos amazônicos.
Crédito: https://www.beiradorio.ufpa.br/
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