Pará defende equilíbrio entre produção e sustentabilidade na COP 29, no Azerbaijão

O governador usou o discurso que vem usando em evento de discussões climáticas: que é possível gerar empregos e desenvolvimento sem comprometer o meio ambiente

Thalmus Gama/Ag. Pará. O governador do Pará bateu na tecla da produção com sustentabilidade.

Nesta terça-feira (12), durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 29, realizada em Baku, no Azerbaijão, o governador do Pará, Helder Barbalho, participou de um evento no estande da Confederação Nacional da Indústria (CNI), onde abordou a importância da sustentabilidade e das oportunidades de crescimento econômico para o Brasil.

O governador enfatizou o que vem falando em todas as agendas climáticas que participa: a necessidade de convergência entre produção e sustentabilidade, destacando que é possível gerar empregos e desenvolvimento sem comprometer o meio ambiente. “Estamos criando um ambiente de conciliação entre produção e sustentabilidade, atividades que gerem emprego, renda e desenvolvimento para o nosso país”.

O chefe do executivo estadual aproveitou a ocasião para lembrar a importância do Projeto de Lei sobre o mercado de carbono, que está sendo analisado no Senado. Segundo Helder Barbalho, esse PL é crucial para a segurança jurídica e previsibilidade necessárias ao avanço de negócios verdes no Brasil.

“Espero que o Senado possa dar um passo decisivo para permitir que o Brasil avance na redução de emissões e cumpra suas metas de NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas)”, pontuou.

O governador destacou ainda a relevância da indústria na transição energética, ressaltando o papel estratégico da CNI nesse processo. “A CNI tem sido fundamental na construção dessa agenda, promovendo uma matriz energética que já é a mais limpa do planeta. O Brasil precisa orgulhar-se disso para que esse modelo possa ser replicado”, disse Barbalho. Ele também defendeu o fortalecimento da energia eólica e solar como alternativas aos combustíveis fósseis.

A transição energética, segundo ele, deve ser acompanhada de políticas de controle de desmatamento e uso sustentável do solo, além de fomentar uma bioeconomia que valorize os conhecimentos tradicionais e promova uma economia verde e sustentável, como no estado do Pará, com o Plano Estadual Amazônia Agora, o Plano de Bioeconomia e o Plano de Recuperação de Vegetação Nativa.

“Precisamos de uma política de transição para o uso do solo que integre a bioeconomia, ciência e saberes ancestrais, para que essa riqueza chegue aos mercados como uma economia verde e sustentável”, explicou o governador Helder Barbalho.

Helder encerrou sua fala reiterando que o Brasil, além de ser líder na exportação de alimentos e minerais, deve agora liderar o mercado de commodities ambientais, com foco na comercialização de carbono. Para ele, a neutralização das emissões passa pela comercialização de um “carbono ético, certificado e oriundo da maior floresta tropical do mundo”. Ele também destacou que a implementação de um mercado de carbono robusto pode gerar empregos verdes e apoiar comunidades indígenas, para que essas comunidades não precisem mais depender exclusivamente de recursos governamentais.

“É a hora de o Brasil liderar o processo de commodities verdes, mostrando ao mundo que é possível crescer e proteger o meio ambiente ao mesmo tempo”, concluiu Helder Barbalho.

Participaram do evento o diretor-presidente do Sebrae, Décio Lima; o senador Veneziano Vital do Rêgo, vice-presidente do Senado Federal; o ministro Vital do Rêgo Filho, vice-presidente do Tribunal de Contas da União; o embaixador do Brasil no Azerbaijão, Manuel Montenegro; o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Capelli; e Marcelo Thomé, vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e presidente do Instituto Amazônia +21.

Com informações de Agência Pará

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