Ofício das erveiras do Ver-o-Peso ganha reconhecimento oficial como herança cultural

O trabalho das erveiras é transmitido oralmente de geração para geração, envolve um profundo conhecimento sobre os ativos medicinais presentes em ervas, cascas, raízes e outros elementos naturais.

erveira
Foto: Tássia Barros - Ag. Belém

Na última quarta feira (24), a Câmara Municipal de Belém aprovou por unanimidade um projeto de lei proposto pela Bancada Mulheres Amazônidas (Psol), que reconhece o ofício das erveiras do Mercado do Ver-o-Peso como Patrimônio Cultural Imaterial da cidade.

O trabalho das erveiras, predominantemente exercido por mulheres e transmitido oralmente de geração para geração, envolve um profundo conhecimento sobre os ativos medicinais presentes em ervas, cascas, raízes e outros elementos naturais. Esses conhecimentos são habilmente manipulados para criar banhos, óleos, pomadas e perfumes, prescritos para tratar uma variedade de enfermidades físicas, emocionais e espirituais.

Além de ser uma prática cultural ancestral, o ofício das erveiras é uma expressão significativa das culturas indígenas, negras e ribeirinhas presentes na capital paraense. No complexo do Ver-o-Peso, reconhecido como a maior feira ao ar livre da América Latina e tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1977, as bancas das erveiras são espaços muito procurados tanto pela população local quanto por turistas.

A aprovação deste reconhecimento ocorre em um momento crucial, pois o Ver-o-Peso está passando por uma reforma completa. Este projeto é uma das prioridades da administração municipal, visando preparar a cidade para sediar a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP 30, em novembro do mesmo ano. Nesse contexto, o reconhecimento do valor cultural das erveiras e do complexo como um todo reafirma o compromisso com a preservação da identidade e da tradição local.

Leia também: