Candomblé perde dois ícones nesta semana; Mãe Carmen e Mãe Elzita deixam legado - Estado do Pará Online

Candomblé perde dois ícones nesta semana; Mãe Carmen e Mãe Elzita deixam legado

Líderes religiosas marcaram a história do candomblé e do Tambor de Mina na Bahia e no Maranhão.

O candomblé e as religiões de matriz africana perderam, nesta semana, duas de suas principais referências no Brasil. Mãe Elzita Vieira Martins Coelho, conhecida como Mãe Elzita, morreu aos 91 anos em São Luís (MA), enquanto Mãe Carmen Oliveira da Silva, ialorixá do Terreiro de Gantois, faleceu aos 98 anos, em Salvador (BA).

Mãe Elzita morreu no dia 24 e foi enterrada na quinta-feira (25), na capital maranhense. Fundadora e dirigente do Terreiro Fé em Deus, criado em 1968 no bairro do Sacavém, ela foi uma das grandes referências do Tambor de Mina, religião afro-brasileira originária do Maranhão. Iniciada no Terreiro Nanã Borokô, dedicou a vida à preservação da tradição, baseada no culto a voduns, orixás e encantados. A causa da morte não foi informada.

Mãe Carmen morreu na madrugada desta sexta-feira (26). Contadora aposentada do Tribunal de Contas do Estado da Bahia, ela comandava o Ilé Ìyá Omi Àṣẹ Ìyámase, o Terreiro de Gantois, desde 2002. Filha caçula de Mãe Menininha do Gantois, uma das maiores líderes religiosas do país, foi iniciada ainda na infância e dedicou a vida à espiritualidade e aos saberes tradicionais do candomblé.

As trajetórias de Mãe Elzita e Mãe Carmen deixam um legado marcado pela resistência, pela preservação das religiões de matriz africana e pela formação espiritual de diversas gerações no Brasil.

Leia também: