Em um cenário global de alerta climático e pressão crescente sobre florestas tropicais, resultados concretos passam a ser tão importantes quanto discursos. No coração da Amazônia, um novo dado chama a atenção ao indicar que políticas públicas contínuas podem, sim, alterar tendências históricas e abrir caminho para um modelo de desenvolvimento mais equilibrado.
O Pará alcançou o menor índice de alertas de desmatamento desde o início da série histórica monitorada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Entre agosto e novembro de 2025, período que marca o início do Ano Prodes 2026, foram registrados 385 km² sob alerta, número que representa uma redução de 51% em comparação ao mesmo intervalo do ano anterior.
Na prática, o resultado significa que quase 400 km² de floresta deixaram de ser derrubados em relação a 2024, configurando a maior queda absoluta registrada na Amazônia Legal. Quando comparado ao ano de 2020, considerado o pior da série, a diminuição chega a cerca de 80%.
O desempenho paraense também ficou acima da média regional. Enquanto a Amazônia Legal apresentou redução de 40% no período analisado, o Pará conseguiu diminuir sua participação no total de áreas desmatadas, passando de 43% para 36%, sinalizando maior controle da pressão ambiental dentro do território estadual.
Somente no mês de novembro, os alertas recuaram 6%, mantendo o desmatamento em níveis considerados baixos e indicando uma tendência de estabilidade ao longo dos últimos meses.
O governo do Estado atribui os resultados a uma combinação de ações estratégicas que envolvem fiscalização, uso de inteligência territorial e estímulo a atividades sustentáveis. A gestão destaca que o Plano Amazônia Agora tem sido decisivo para integrar preservação ambiental, regularização fundiária e incentivo à bioeconomia.
Além do desempenho estadual, municípios paraenses também apresentaram quedas significativas nos alertas de desmatamento. Uruará liderou a redução proporcional, com diminuição de 73% da área monitorada. Senador José Porfírio, Medicilândia e Placas também registraram recuos expressivos, reforçando o impacto local das políticas ambientais.
Os dados consolidam o Pará como um dos estados com maior avanço recente no combate ao desmatamento e fortalecem a percepção de que a preservação da floresta pode caminhar junto ao desenvolvimento econômico e social.
Leia também: