O cachorro brutalmente agredido com uma pedrada na tarde da última terça-feira (9), em Icoaraci, distrito de Belém, apresentou os primeiros sinais de melhora e voltou a andar. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (11) pela vereadora e ativista animal Raquel Viana, fundadora do abrigo Au-Family, que acompanha o caso desde o início.
Perícia confirma agressões
Na manhã de quarta-feira (10), a Polícia Científica do Pará realizou exames periciais no animal a pedido da Divisão de Meio Ambiente e Proteção Animal (Demapa). O objetivo é reunir provas técnicas que confirmem os maus-tratos e subsidiem o processo criminal contra o agressor.
O cachorro, resgatado com vida, permanece internado em uma clínica veterinária particular em Belém, onde recebe cuidados intensivos. A perícia foi realizada no próprio local de tratamento.
Segundo a médica veterinária e perita criminal Gabrielle Cardoso, o estado do animal era extremamente grave no momento do atendimento.
“Ele está em coma, perdeu boa parte dos reflexos nervosos e a situação dele é grave. Fizemos o exame de corpo de delito nesse animal que está vivo e em tratamento”, explicou.
O caso que chocou Belém
A agressão ganhou repercussão após um vídeo circular nas redes sociais. Nas imagens, o homem aparece empurrando uma carroça, pega uma pedra no chão e a arremessa com força contra o cachorro, que cai desacordado e desliza pelo asfalto. Em seguida, o agressor recolhe o animal e o coloca na carroça.
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O homem foi detido em flagrante na terça-feira (9) e autuado por maus-tratos. No entanto, menos de 24 horas depois, foi liberado pela Justiça. A decisão gerou indignação entre defensores da causa animal.
Liberação gera revolta
A vereadora Raquel Viana criticou a decisão judicial e afirmou que o cão segue em estado gravíssimo, apesar da leve evolução.
“O animal segue lutando pela vida”, disse.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, ela lamentou a soltura do suspeito:
“Eu acabei de saber que o cidadão que tentou matar o cachorrinho com uma pedrada foi posto em liberdade sem ao menos ser fixada fiança. É um tapa da Justiça na cara da sociedade. É a validação de que o crime contra os animais compensa.”
Raquel também questionou o sistema:
“Nós, protetores, lutamos não só contra quem comete o crime, mas contra todo o sistema e contra o próprio Estado, que deveria fazer valer a lei e mostrar que a Justiça funciona.”
Decisão da Justiça
A juíza Danielle Karen da Silveira Araújo Leite decidiu pela liberdade provisória por entender que não havia elementos suficientes para a prisão preventiva. Embora reconhecendo a gravidade do crime, ela avaliou que não houve indicação de risco à ordem pública, à investigação ou ao cumprimento da lei penal.
Por ser um crime afiançável e o suspeito viver em situação de rua, sem condições financeiras, a magistrada dispensou a fiança e impôs medidas cautelares: uso de tornozeleira eletrônica por 120 dias e comparecimento obrigatório a todos os atos do processo.
Enquanto isso, o cachorro segue internado e lutando pela vida, sob acompanhamento de veterinários e protetores. A investigação continua com base nos laudos periciais e no depoimento de testemunhas.
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