A Paramount Skydance intensificou a briga pelo controle da Warner Bros. Discovery ao lançar uma oferta hostil de US$ 108,4 bilhões nesta segunda-feira. Essa investida aumenta drasticamente a pressão sobre as negociações, que já estavam em alta após a Netflix anunciar um acordo de compra na semana passada.
A ofensiva da Paramount ocorre apenas três dias depois que a Netflix emergiu vitoriosa de uma acirrada disputa por lances, que também envolvia a Comcast, consolidando seu catálogo. O acordo da Netflix, avaliado em cerca de US$ 72 bilhões apenas pelos ativos de TV, cinema e streaming da Warner, foi recebido com grande preocupação por reguladores e líderes da indústria.
A aquisição pela Netflix daria à plataforma um acervo gigantesco, incluindo a HBO, Warner Bros. Pictures e CNN, o que críticos apontam como uma concentração de poder sem precedentes no entretenimento. Sindicatos de roteiristas e atores manifestaram alarme com a possibilidade de demissões em massa e uma potencial redução na produção de filmes voltados para o cinema tradicional.
Para adicionar mais um elemento de complexidade, a disputa pelo futuro da Warner atraiu a atenção da política norte-americana. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos já está encarregado de examinar minuciosamente se a fusão com a Netflix viola as leis de concorrência e prejudica o mercado ou os consumidores.
A oferta hostil da Paramount representa o ponto máximo de uma série de tentativas frustradas de compra que ocorreram nos meses anteriores, com o objetivo de formar um novo e robusto conglomerado de mídia. A Paramount defende que o negócio com a Netflix criaria um grupo detentor de 43% do mercado global de streaming, o que, segundo seus argumentos, configuraria uma violação das regulamentações antitruste.
Com sua proposta alternativa e o movimento “hostil”, a Paramount busca influenciar diretamente os acionistas da Warner e pressionar os órgãos reguladores, que já demonstram apreensão com o impacto do negócio da Netflix. O objetivo estratégico da Paramount é claramente demonstrar a existência de um comprador viável e competitivo, um argumento que pode ter peso decisivo nas avaliações do antitruste.
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