Pix parcelado segue sem regras após decisão do Banco Central - Estado do Pará Online

Pix parcelado segue sem regras após decisão do Banco Central

BC veta uso do nome da modalidade, mas mantém liberdade total para bancos

Após meses de adiamentos, o Banco Central decidiu encerrar o processo de criação de normas específicas para o Pix parcelado, mantendo a modalidade sob autorregulação do mercado. A decisão foi anunciada durante reunião do Fórum Pix, nesta quinta-feira, em Brasília, e incluiu a proibição do uso do termo Pix Parcelado pelas instituições financeiras.

Bancos poderão continuar oferecendo a operação sob outras nomenclaturas, como Pix no crédito ou Parcele no Pix, preservando a estrutura atual do produto. A modalidade funciona como um empréstimo com juros desde o primeiro dia, com taxas que têm girado em torno de 5% ao mês e Custo Efetivo Total próximo de 8%. Cada instituição define livremente prazos, custos, forma de cobrança e apresentação do serviço, o que especialistas apontam como fator de risco para endividamento.

Críticas partiram do Instituto de Defesa de Consumidores, que classificou a decisão como inaceitável e afirmou que a ausência de regras mantém um cenário de desordem regulatória. Para a entidade, a retirada do nome não altera a exposição dos usuários a produtos heterogêneos, sem transparência mínima e com alto potencial de superendividamento, especialmente por estarem associados a uma marca amplamente confiável como o Pix.

Desde o início das discussões, a expectativa era de que o Banco Central apresentasse padrões mínimos para harmonizar a oferta, incluindo informações obrigatórias sobre juros, IOF e critérios de cobrança. A Febraban declarou apoiar a existência de regras e negou ter pressionado pela suspensão da regulação, embora tenha solicitado ajustes na proposta original e afirmado que não havia urgência no tema.

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