O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), negou publicamente nesta quinta-feira (4) qualquer crise na articulação política de seu governo com o Congresso Nacional. O líder petista, no entanto, elevou o tom ao criticar veementemente as emendas impositivas, classificando como um “grave erro histórico” o controle de metade do orçamento da União pelo Poder Legislativo.
A declaração foi dada durante a 6ª plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS), realizada no Palácio do Itamaraty, em Brasília. Este encontro marcou o encerramento das atividades do colegiado em 2025 e incluiu um balanço da atuação do grupo na COP 30, sediada em Belém.
Apesar da fala do presidente em minimizar tensões, o cenário político atual é de instabilidade notável entre o Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF). A relação com os parlamentares vive um impasse específico em torno da indicação de Jorge Messias para a Corte Máxima, cuja sabatina na próxima semana foi cancelada sem previsão de nova data.
No âmbito do Judiciário, uma decisão recente do ministro Gilmar Mendes gerou incômodo significativo no Parlamento, após impor restrições à abertura de denúncias contra integrantes do STF. Tal medida vem sendo rotulada por deputados e senadores como uma tentativa de “blindar a Corte”, embora o ministro a defenda como proteção contra intervenções político-partidárias em decisões judiciais.
Lula também aproveitou o discurso para contestar a validade da manifestação remota de ministros do Supremo e de parlamentares. O presidente questionou a seriedade das deliberações tomadas por meio do celular, citando até mesmo a necessidade de passar o comando do país para o vice-presidente em caso de viagens.
Segundo o petista, a permissividade com votações fora do ambiente de trabalho contribui diretamente para a descrença da população nas instituições. Por fim, Lula abordou temas de cunho eleitoral, defendendo a redução da carga horária de trabalho e o fim da escala 6×1.
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