O IGP-M registrou deflação no acumulado de dezembro de 2024 a novembro de 2025, com queda de 0,11%, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (27) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). É a primeira taxa negativa em 12 meses desde maio de 2024.
O índice é acompanhado de perto por inquilinos e proprietários, já que costuma ser utilizado para reajustar contratos de aluguel em todo o país.
Em maio de 2024, o acumulado estava em -0,34%. Após esse período, todas as taxas voltaram a ser positivas, chegando ao pico de 8,58% em março de 2025.
Componentes do indicador
O IGP-M é composto por três índices calculados pela FGV:
- IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) – pesa 60% do índice e mede a variação no atacado. O IPA recuou 2,06% no período.
- IPC (Índice de Preços ao Consumidor) – representa 30% e avançou 3,95%.
- INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) – subiu 6,41%.
Segundo Matheus Dias, economista do Ibre, a deflação acumulada é explicada principalmente pelo comportamento dos preços no atacado. “Boa parte de 2025 foi marcada por quedas expressivas, tanto em produtos industriais quanto agropecuários”, afirmou.
Resultado de novembro
Em novembro, o IGP-M teve alta de 0,27% e reverteu a queda de outubro, quando havia recuado 0,36%.
Mesmo assim, o acumulado em 12 meses passou de inflação (0,92%) para deflação. Isso ocorreu porque a base de comparação deixou de considerar novembro de 2024, quando o índice havia subido 1,30%.
Impacto no aluguel
Apesar de ser conhecido como “inflação do aluguel”, um IGP-M negativo não garante redução automática nos contratos. Muitos acordos preveem reajuste apenas em caso de variação positiva do índice, o que impede revisões para baixo.
O IGP-M também serve como referência para ajustes em tarifas públicas e serviços essenciais.
A coleta de preços da FGV foi realizada entre 21 de outubro e 20 de novembro em Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador.
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