A temporada de 2026 redesenha a rivalidade mais tradicional do Norte e, pela primeira vez, o Remo estará duas divisões acima do Paysandu em um Campeonato Brasileiro, um recorte raro em quase quatro décadas de coexistência entre as Séries A, B e C.
Até aqui, o Leão só havia superado o rival em 1990, 2007 e 2021, sempre com um degrau de diferença: Remo na Série B e Paysandu na Série C. A classificação na Segundona de 2025 mudou o cenário. Com o Leão Azul garantindo vaga na Série A e o Paysandu terminando a Série B na lanterna, o distanciamento atinge um nível inédito.
O retrospecto geral, porém, ainda é amplamente favorável ao Paysandu. Em 37 edições analisadas desde a criação da Série C, os bicolores ficaram 17 vezes acima do Remo, sendo seis delas na Série A do Campeonato Brasileiro, enquanto o rival disputava B ou C. Em quatro anos, a diferença também chegou a duas divisões: 2005, 2009, 2011 e 2015.
A maior distância entre os clubes ocorreu em 2013, quando o Paysandu jogou a Série B e o Remo ficou sem divisão, fora tanto da C quanto da D.
O novo cenário nasce da campanha azulina em 2025. O Remo fechou a Série B em 4º lugar, com 62 pontos, superando adversários diretos na reta final e garantindo o retorno à elite. Enquanto isso, o Paysandu encerrou o ano em 20º, com apenas 28 pontos, 5 vitórias e um saldo negativo de -16 gols, confirmando o rebaixamento.
Para 2026, a diferença entre as rotinas de um clube e outro será profunda: o Remo viajará para estádios de elite, enfrentará grandes centros e ampliará receitas; o Paysandu lutará por estabilidade em uma Série C cada vez mais competitiva. A rivalidade segue viva, mas, pela primeira vez, separada por dois andares em favor dos azulinos.