A mudança no primeiro escalão do governo do Pará foi oficializada nesta segunda-feira (24), com a nomeação de Miriquinho Batista para comandar a Secretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Seirdh). Ele substitui Edilzia Pontes, que respondia interinamente desde a saída de Jarbas Vasconcelos, que deixou a pasta para disputar vaga de desembargador pelo quinto constitucional da OAB-PA.
Reacomposição na base governista
Miriquinho é dirigente histórico do PT, anteriormente ligado ao grupo político do ex-senador Paulo Rocha. Mas, no primeiro governo de Helder Barbalho (MDB), ele foi indicado pelo senador Beto Faro para atuar como adjunto na Secretaria de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), comandada por Inocêncio Gasparim. Segundo fontes, a Seaster teria dois adjuntos, um indicado por Faro e outro por Rocha, mas o arranjo não foi integralmente implementado, sendo compensado com diretorias internas destinadas à corrente de Rocha.
Com a saída de Miriquinho da Seaster, deve ocorrer uma nova recomposição interna na pasta. No período mais recente, o PT ocupava dois espaços no governo: a própria Seaster e a Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (Seaf), comandada por Cássio Alves Pereira, dirigente vinculado ao partido e politicamente alinhado ao deputado federal Airton Faleiros e ao deputado estadual Dirceu Ten Caten.
Efeitos políticos e especulações
Nos bastidores, a nomeação de Miriquinho é interpretada como um gesto de equilíbrio interno na base aliada, especialmente após tensões recentes envolvendo a presidência da Funpapa.
A mudança ocorreu após o prefeito de Belém, Igor Normando, exonerar o então presidente Arthur Houat Nery de Souza, indicado por Beto Faro. No lugar dele, foi nomeada Susi Cristina de Oliveira Cruz, que atuava como assessora direta do prefeito, para responder interinamente pelo órgão.
Fontes afirmam que a alteração pode abrir caminho para que a primeira-dama de Belém assuma oficialmente o cargo em seguida. Rumores também indicam possíveis exonerações de quadros ligados ao PT lotados na fundação. Estimativas apontam que cerca de 40 servidores podem ser desligados, a maioria associada ao grupo político de Beto Faro.
Possível nova acomodação
Uma segunda forma de compensação política ao partido, avaliam interlocutores, pode vir com a criação de novas secretarias executivas, estruturas enxutas com poucos cargos comissionados e limitada capacidade de formulação ou implementação de políticas públicas. O modelo já existe em pastas como a Secretaria Executiva de Direitos Humanos, atualmente sob o comando de Larissa Martins, aliada direta do senador Beto Faro. A avaliação é de que a estratégia permitiria redistribuir espaços entre grupos internos sem gerar impacto orçamentário significativo.
Bloco governista
Interlocutores também afirmam que a escolha de Miriquinho responde a ajustes mais amplos no bloco governista, considerando articulações para o cenário pré-eleitoral. Até o momento, o governo não divulgou nota oficial explicando o motivo da troca.












Deixe um comentário