Estamos acompanhando a COP com uma lupa": historiador rebate críticas a Belém e explica por que o evento desperta percepções diferentes - Estado do Pará Online

Estamos acompanhando a COP com uma lupa”: historiador rebate críticas a Belém e explica por que o evento desperta percepções diferentes

Historiador carioca analisa reação pública à COP30 e diz que local do evento influencia o tipo de crítica

O historiador carioca, João Pedro Rangel, responsável pelo canal Operação Barbarruxa, em entrevista ao EPOL  afirma que a COP30, realizada em Belém, está sendo observada “com uma grande lupa”. Para ele, a população brasileira acompanha pouco as conferências climáticas ao longo dos anos, mas a edição na capital paraense despertou uma atenção incomum e, junto com ela, críticas que carregam elementos além da análise ambiental.

Falta de hábito do público com a COP intensifica estranhamentos

No vídeo, o historiador explica que a maioria das pessoas “não acompanha COP”, e que isso também impacta a forma como o debate chega ao Brasil. Ele cita que eventos anteriores, como a COP29 no Azerbaijão, passaram praticamente despercebidos pelo grande público. O mesmo deve acontecer, segundo ele, com as próximas edições a COP31, prevista para a Turquia, e a COP32, possivelmente na Nigéria.

Para o pesquisador, a falta de familiaridade com o funcionamento da conferência abre espaço para interpretações apressadas, ruídos e cobranças que não apareceriam se o tema fosse mais presente no cotidiano da população.

Críticas a Belém carregam fatores geográficos, históricos e estruturais

O historiador destaca que a percepção sobre a COP30 também é influenciada pelo local onde ela acontece. “Se um evento como esse acontecesse no Rio de Janeiro ou em São Paulo, ele também teria crítica, mas seriam de outra vertente”, afirma. Segundo ele, aspectos geográficos e simbólicos de Belém contribuem para que as cobranças adotem um tom distinto e, muitas vezes, mais severo.

Ele reforça que parte desse olhar é moldado por questões históricas relacionadas ao Norte do país, que impactam desde a cobertura até a credibilidade que o público atribui ao evento. Essa diferença de perspectiva, aponta, não tem relação direta com a análise técnica da conferência, mas com o imaginário construído sobre o território amazônico.

Ao rebater críticas direcionadas à COP30 em Belém, o historiador afirma que compreender o contexto, tanto da conferência quanto da região, é essencial para qualificar o debate público. Ele reforça que a atenção ampliada sobre a Amazônia é positiva, mas alerta que o acompanhamento precisa ser informado e livre de preconceitos para que a discussão climática avance de forma consistente.

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