A seleção de um projeto do campus Parauapebas da Universidade Federal Rural da Amazônia colocou a instituição entre as 35 propostas aprovadas no AfirmaSUS, programa do Ministério da Saúde voltado ao fortalecimento da permanência e da visibilidade de estudantes de grupos vulnerabilizados nos cursos da área da saúde.
A iniciativa chega como um marco para o curso de Enfermagem e reforça a atuação da universidade na região. Para o professor Vinicius Lino, coordenador do projeto, a aprovação representa um ponto de virada. “A aprovação do nosso projeto, Afirma SUS, nessa posição entre as 35 propostas, configura um marco histórico. Começa a dar visibilidade ao curso de Enfermagem em uma área que era esquecida”, afirmou.
O projeto se alinha ao objetivo central do AfirmaSUS: inserir estudantes de ações afirmativas no ambiente comunitário, rompendo estigmas e reforçando a competência desses futuros profissionais. “Buscamos inserir alunos de grupos vulneráveis dentro da comunidade, para que eles sejam vistos não com um olhar de estigma, mas como profissionais de alto potencial e qualidade”, explicou o docente.
Entre as ações planejadas estão rodas comunitárias e atividades de educação em saúde em pontos estratégicos de Parauapebas, com foco no diálogo e na representatividade. “Queremos mostrar à população de povos originários, quilombolas, negros e trans que eles também têm que ter notoriedade e visibilidade”, destacou.
A proposta também produz efeitos internos, provocando mudanças dentro da universidade. “Quando construímos um grupo diverso, jogamos isso para a comunidade e desconstruímos paradigmas e estigmas que ainda temos internamente”, avaliou o professor. A equipe do projeto está em formação, com quase 30 estudantes interessados.
A relação com o Sistema Único de Saúde é direta. Segundo Vinicius, “a nossa proposta já dialoga diretamente com o SUS, porque ela é o SUS”, ao promover rodas comunitárias e ampliar práticas de educação em saúde sobre temas como HIV/AIDS, violência, racismo e autonomia da pessoa trans.
Com a iniciativa em andamento, o campus acredita que o projeto fortalece a universidade como agente de transformação. “A universidade é a virada de chave para a implementação de políticas afirmativas inovadoras”, concluiu o coordenador.











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