A inquietação que domina a torcida azulina também se espalha pelos bastidores do Mangueirão, onde cada detalhe passa por revisão intensa antes do duelo dos azulinos contra o Goiás. A partida de domingo pode encerrar 32 anos longe da Série A, e a cobrança por perfeição repercute em todos os setores do estádio.
O gramado, centro das atenções desde o Global Citizen Festival, entrou em recuperação logo após o fim do evento. A desmontagem da estrutura abriu caminho para uma série de intervenções rápidas, com limpeza profunda com vassoura metálica e detector de metais a cortes sucessivos para devolver a uniformidade do piso.
À frente do processo, o engenheiro agrônomo Raimundo Mesquita, ex-jogador azulino, coordenou uma rotina diária marcada por adubações mineral, granulada e foliar, além de irrigação contínua. “Depois do show, trabalhamos intensamente por cerca de 15 dias para entregar um gramado em condições plenas”, disse ele. O corte final, feito com máquina helicoidal a 22 milímetros, foi acompanhado da aplicação de NPK 18-18-18.
A equipe técnica também realizou inspeções de drenagem, verificação de compactação do solo e ajustes no sistema de irrigação automatizada, medidas necessárias para atender às exigências da CBF. A administração mantém monitoramento diário até a liberação final.
Mesquita admite que a preparação carrega peso emocional extra. “O coração fica apertado. Acredito muito no Remo e na força da massa azulina. Se pudesse entrar em campo, eu entrava”, afirmou.
Enquanto isso, a direção do Mangueirão finaliza os ajustes para receber mais de 40 mil torcedores. Segundo o diretor Maurício Bororó, a operação envolve reforços nos setores de segurança, mobilidade e serviços internos. “Estamos prontos para essa grande festa. Esperamos mais de 40 mil pessoas e contamos com o apoio de todos os órgãos de segurança do Estado”, disse.
Nas arquibancadas, a expectativa é de um ambiente inflamado. O torcedor Sávio Morais acredita que o Mangueirão será determinante. “É muito importante jogar no Mangueirão porque ele é proporcional ao tamanho da torcida do Remo”, afirmou.
Para William Minowa, o momento tem peso histórico. “A expectativa é enorme, talvez uma das maiores dos últimos anos. Nunca vi meu time disputar uma Série A”, disse.
Com gramado refeito, estrutura checada e arquibancadas prontas para virar caldeirão, Belém aguarda um domingo que pode entrar para a história do futebol paraense.