O penúltimo dia da Conferência do Clima da ONU em Belém foi com oficina de skate na estrutura montada no Parque da Cidade. Em meio aos debates dos lideres mundiais sobre as mudanças climáticas, cerca de 100 crianças, jovens e adultos participaram de um laboratório promovido pelo Banco de Brasil.
Entre as atrações principais do evento, estava o decacampeão mundial da modalidade Bob Burniquist. Aos 49 anos, o ex-atleta, e um dos precursores do esporte no Brasil, celebrou a estrutura oferecida por Belém para a prática do skate dentro das instalações onde acontece a COP 30.
Estou muito feliz. Nunca tive a oportunidade de vir (em Belém), poder ver a cena (do skate) e essa pista maravilhosa, muito bem feita. Passei por outra pista perto daqui e vi que a cena é forte. É um momento que paramos para falar de algo sério, sustentabilidade com o mundo aqui. Sustentabilidade também é movimento. Poder encostar aqui e interagir com a molecada, dar essas aulas, passar uma energia boa e passar uma semente que está bem montada. Pessoas de várias gerações aqui”, disse.
Antes de pisar em Belém, Bob Burniquist estava na Austrália. Para ele, a cena do skate vem ficando cada vez mais fortes e ganhando mais adeptos. Bob ressaltou ainda o fato de diversas crianças estarem praticando a modalidade ao redor do mundo. Hoje, por exemplo, o principal nome do skate brasileiro é a maranhense Rayssa Leal, de 17 anos, dona de duas medalhas olímpicas – prata em Tóquio 2020 e bronze em Paris 2024.
Eu estava na Austrália semana passada em um evento. Em todo lugar que vou, vejo essa geração mais nova. Você tem exemplos, skatistas que estão até hoje fazendo acontecer. Não tem como a molecada não seguir isso. E hoje, com mais pistas, mais incentivos”.
Nova rotina
Outro ponto destacado por Bob Burniquist para o fortalecimento do cenário do skate no Brasil é a maior aceitação dentro de casa. Ele lembrou que não encontrou resistência dos pais, mas os amigos sim tiveram esse “problema”.
Porém, hoje, Bob enxerga um incentivo a mais vindo dos familiares na formação dos novos atletas da modalidade. No entanto, ele faz um alerta para que as cobranças não ganhem um tom elevado.
Quando comecei a andar de skate, os meus pais eram legais e falaram ‘beleza, pode andar’. Mas muitos dos meus amigos pediram skate e os pais falaram ‘não’. Hoje ouvimos mais ‘sim’ e isso é bom. Uma coisa que precisamos ressaltar é que como tem essa pegada olímpica, fez a atenção (pela modalidade) crescer. As vezes também os pais se envolvem de um jeito como se o filho fosse o próximo campeão mundial e entra em uma relação que não é tão saudável. É bom manter a brincadeira, deixar a molecada andar e se divertir. Aprender a cair e levantar”, finalizou.
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