O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) anunciou, na tarde desta terça-feira (18), a anulação de três questões do Enem 2025 após identificar semelhanças entre itens que circularam na internet e perguntas presentes na prova oficial, aplicada nos dias 9 e 16 de novembro para mais de 4 milhões de candidatos.
Em nota pública, o órgão informou que a decisão foi tomada pela equipe técnica responsável pela montagem do exame. Segundo o Inep, relatos de antecipação de conteúdos motivaram uma análise interna que confirmou pontos de similaridade com materiais divulgados previamente em redes sociais.
“A equipe técnica que faz parte da comissão assessora responsável pela montagem das provas analisou as circunstâncias e decidiu, com base em informações sobre a montagem do teste, pela anulação de três itens aplicados na prova”, diz o comunicado.
A suspeita ganhou força após a repercussão de um vídeo transmitido ao vivo dias antes do segundo dia de aplicação das provas, no domingo (16). Embora o Inep reconheça “similaridades pontuais”, o órgão afirma que nenhuma questão vazou integralmente ou foi apresentada da mesma forma que apareceu na edição deste ano.
Para elaboração e correção das provas, o Inep utiliza a Teoria da Resposta ao Item (TRI), metodologia estatística que exige que todas as questões sejam previamente testadas com grupos de estudantes. Esses pré-testes servem para calibrar o nível de dificuldade de cada item antes de sua inclusão no Banco Nacional de Itens, que reúne as questões que poderão compor futuras edições do Enem. Por isso, participantes dos pré-testes têm contato com perguntas que podem, eventualmente, integrar as provas oficiais.
Diante da suspeita, o Inep acionou a Polícia Federal (PF) para investigar a divulgação de itens sigilosos e apurar a possível quebra de confidencialidade. A corporação é responsável por conduzir esse tipo de investigação por se tratar de um exame federal, de interesse público, já que o exame é coordenado pelo Inep, autarquia vinculada ao Ministério da Educação (MEC).
Segundo o instituto, diversas estratégias de segurança são adotadas na construção e manutenção do banco de questões, bem como durante todas as etapas do exame. Mesmo com a suspeita de vazamento, o Inep reafirmou a “isonomia, lisura e validade” da edição 2025, reforçando que os protocolos de segurança foram cumpridos em todas as fases do certame.
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