O chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, fez comentários incisivos sobre o Brasil ao relatar, durante discurso no Congresso Alemão do Comércio, que os jornalistas que o acompanharam na pré-COP30 “ficaram contentes” ao deixar Belém. Segundo ele, nenhum integrante da comitiva demonstrou interesse em permanecer no país após o encerramento da agenda oficial. A declaração, feita em tom de contraste, sugeriu desconforto da equipe com a estadia no Pará.
Merz reforçou a narrativa ao dizer que perguntou diretamente aos jornalistas quem gostaria de ficar no Brasil, e que “ninguém levantou a mão”. Para o chanceler, a reação da equipe evidencia que a Alemanha oferece condições superiores de segurança, infraestrutura e qualidade de vida. Ele aproveitou o episódio para exaltar seu país como “um dos mais bonitos e livres do mundo”, reforçando que os alemães devem valorizar seu próprio ambiente social e econômico.
A passagem por Belém, nos dias 6 e 7 de novembro, incluiu encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e discussões sobre financiamento ambiental. Merz declarou que a Alemanha pretende contribuir com um “valor significativo” para o Fundo Florestas para Sempre, iniciativa brasileira destinada à preservação de florestas tropicais. No entanto, a ausência de números concretos gerou desconforto entre integrantes da diplomacia brasileira, que esperavam um anúncio mais robusto às vésperas da COP30.
Durante o discurso na Alemanha, Merz também reforçou sua visão de que políticas climáticas e desenvolvimento econômico devem caminhar juntas. Ele rejeitou a ideia de que a agenda ambiental possa prejudicar o setor produtivo, afirmando que o país “não faz mais política climática contra a economia, e sim com a economia”. Para o chanceler, o enfrentamento da crise climática exige equilíbrio e cooperação entre Estado, empresas e sociedade.
Além disso, Merz defendeu uma postura mais firme na proteção do modelo democrático alemão. Ele alertou que a democracia e a ordem econômica do país enfrentam ameaças internas e externas, e afirmou que é “dever de todos” defendê-las. O discurso foi interpretado por analistas como uma tentativa de fortalecer sua imagem política e de reforçar a confiança empresarial em meio a debates sobre competitividade e transição sustentável na Alemanha.
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