Além da ocupação, manifestações e protestos de grupos políticos e de povos tradicionais, dentro e fora dos espaços onde está sendo realizada a COP 30, mais um episódio de tensão marcou a participação de autoridades no grandioso e histórico evento realizado na capital paraense: o prefeito de Parauapebas, Aurélio Goiano (Avante), foi acusado pelo jornalista Wesley Costa, do Grupo Liberal, de tê-lo agredido na área da conferência. O caso ganhou repercussão nas redes sociais e motivou registros e mobilização policial, enquanto o próprio prefeito, em painel sobre cidades sustentáveis, proferiu duras críticas à mineradora Vale, afirmando que a empresa “deve bilhões” ao município de Parauapebas.
O que aconteceu
Segundo relatos do repórter Wesley Costa publicados nas redes, a agressão teria ocorrido na zona da COP30 destinada à imprensa e aos painéis. Nas publicações, Costa afirma ter sido abordado e agredido por Aurélio Goiano durante a cobertura do evento. Há também registros em perfis nas redes sociais que mostram o prefeito sendo conduzido por diferentes agentes de segurança e notícias ainda sem confirmação sobre o cumprimento de medidas relacionadas ao episódio.
A fala do prefeito contra a Vale
No mesmo evento, durante um painel, Aurélio Goiano fez uma intervenção contundente contra a Vale. Ele afirmou que, nos últimos anos, “R$ 19,4 bilhões foram jogados fora do município” e disse que a mineradora teria uma dívida superior a R$ 10 bilhões com Parauapebas, além de acusá-la de sonegar e de priorizar lucro em detrimento das pessoas. As declarações viralizaram e agravaram o clima de confronto entre o prefeito e representantes do setor minerador.
A resposta da Vale
A Vale reagiu publicamente às acusações: em nota e em matérias de repercussão, a empresa destacou que tem realizado repasses e investimentos no município e enumera valores pagos nos últimos anos — um levantamento citado por veículos aponta pagamentos na ordem de bilhões (a reportagem da Minerabrasil lembra de R$ 6 bilhões pagos em tributos ao município desde 2020, segundo a empresa) e nega débitos na forma e nos valores alegados pelo prefeito. A disputa de números e interpretações financeiras agora compõe o debate público.
“A Vale paga regularmente os tributos relacionados às suas operações, de acordo com a legislação vigente. Todos os processos tributários e de recolhimento de CFEM são conduzidos de forma transparente e discutidos nas esferas legais e administrativas cabíveis”, declarou a companhia ao portal Minera Brasil.
Repercussão institucional e investigação
Até o momento, além das publicações nas redes sociais e do registro público da acusação feito pelo jornalista, circulam informações sobre atuação de policiais e apuração preliminar do caso. Fontes locais e perfis ligados à imprensa informaram que houve atuação da Polícia Civil para apurar os fatos, no entanto não tivemos respostas das autoridades oficiais consultadas, nem seque um boletim policial que dê todos os detalhes formais da investigação (ou da eventual tipificação criminal ou administrativa), motivo pelo qual buscamos notas oficiais da Polícia Civil do Pará e da Prefeitura de Parauapebas.
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