A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, anunciou que deixará o cargo em 2026 para tentar a reeleição como deputada federal por São Paulo. Primeira mulher indígena a comandar o ministério, Sonia disse que seu objetivo é fortalecer a bancada do Cocar e ampliar a presença de representantes indígenas no Congresso Nacional e nas assembleias legislativas.
Durante sua gestão, o Ministério dos Povos Indígenas consolidou avanços importantes, como a inclusão dos direitos indígenas no Plano Plurianual (2024–2027), a construção de protocolos de consulta para diferentes biomas e a execução de operações de desintrusão em áreas críticas, como as Terras Indígenas Kayapó, Apyterewa e Yanomami. Nesta última, o MPI coordenou ações que reduziram em mais de 90% o garimpo ilegal e enfrentaram a crise humanitária causada pela invasão de garimpeiros.
Na COP30, em Belém, Sonia defendeu que a exploração de petróleo na Foz do Amazonas deve respeitar o direito de consulta das comunidades afetadas e destacou o protagonismo indígena na conferência. Segundo ela, esta é “a maior participação indígena da história das COPs”, com mais de 800 representantes credenciados na Zona Azul e mais de 3 mil alojados na Aldeia COP. Apesar disso, lamentou o protesto de um grupo de indígenas não credenciados que reivindicaram mais espaço nos debates.
A ministra também afirmou que há negociações em curso para novas demarcações de terras indígenas ainda durante a COP, embora a Lei 14.701 imponha entraves legais ao processo. Sonia destacou que o objetivo é garantir que a demarcação seja tratada como política climática e que o tema entre nas futuras decisões globais.
“Os povos indígenas estão, pela primeira vez, no centro do debate climático mundial. Isso mostra que nossa luta é essencial para enfrentar a crise ambiental e garantir um futuro sustentável para todos”, afirmou.
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