Movimentos sociais e representantes indígenas ironizaram, nesta quinta-feira (13), o discurso de inclusão e diversidade da COP30, após grupos de povos tradicionais serem impedidos de acessar a Zona Verde da conferência, em Belém. O espaço é destinado a eventos paralelos, manifestações culturais e trocas com a sociedade civil.
Segundo relatos de lideranças, o impedimento ocorreu no início da tarde, quando um grupo de indígenas tentou participar de atividades abertas ao público, mas foi barrado por agentes de segurança sob o argumento de restrições de credenciamento. A situação gerou protestos e postagens nas redes sociais, nas quais movimentos acusaram a organização do evento de “excluir quem mais protege o clima”.
Em um vídeo gerado por inteligência articial, uma atendente afirma que é a COP da floresta, mas apenas indígenas alinhados ao Governo podem entrar.
Diante da repercussão, o Ministério Público Federal (MPF) interveio e garantiu o acesso dos povos indígenas e tradicionais às áreas públicas da conferência. Em nota, o MPF informou que acompanhou a situação e cobrou das autoridades responsáveis “respeito aos direitos de participação e livre manifestação dos povos originários”.
A polêmica ocorre no mesmo dia em que a programação da COP30 inclui o “Diálogo Climático com os Povos Indígenas”, encontro oficial entre representantes das sete regiões socioculturais indígenas da ONU e a Presidência da conferência. O evento, previsto para a noite, busca valorizar o conhecimento ancestral e fortalecer a presença indígena nas discussões globais sobre clima.
Nas redes sociais, lideranças ironizaram a coincidência. “Querem ouvir nossos saberes, mas não deixam a gente entrar”, escreveu uma representante da Amazônia Legal. A organização da COP30 ainda não se pronunciou oficialmente sobre o episódio até o fechamento desta matéria.
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