Artesanato paraense ganha vitrine internacional em Belém durante a COP30 - Estado do Pará Online

Artesanato paraense ganha vitrine internacional em Belém durante a COP30

Museu do Artesanato Paraense abre as portas com mostra que celebra a ancestralidade amazônica e reúne obras de artistas de várias regiões do Estado.

Pedro Guerreiro / Ag. Pará

Em meio à efervescência da COP30, Belém ganhou um novo espaço de celebração da cultura amazônica. O Museu do Artesanato Paraense (MAP) abriu suas portas no Espaço São José Liberto, no bairro do Jurunas, com a proposta de transformar a arte popular em protagonista durante o evento climático.

Com o tema “Leve a arte da Amazônia com Você”, o museu reúne mais de 30 artistas e grupos locais, entre indígenas, quilombolas, ribeirinhos e artesãos urbanos. O público poderá conhecer peças inspiradas em tradições ancestrais, em uma mostra que une arte, música e sustentabilidade.

“Abrimos o museu para que todos possam levar consigo um pouco da nossa cultura e beleza natural”, afirmou Inocencio Gasparim, secretário de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster). “Durante um evento em que o mundo olha para Belém, é essencial mostrar a força que nossa arte carrega.”

Pedro Guerreiro / Ag. Pará

O espaço funciona como uma imersão na identidade paraense. Cestarias feitas de fibras naturais, cerâmicas marajoaras e tapajônicas, miçangas e sementes transformadas em joias estão entre as obras expostas. Cada peça carrega a história de comunidades que mantêm vivas técnicas passadas de geração em geração.

“É muito importante mostrar o que temos para o mundo. A gente usa o cocar e as pulseiras de miçanga todos os dias, são símbolos da nossa identidade”, contou o artesão indígena Delson Uutu Wai Wai, uma das atrações do espaço.

Pedro Guerreiro / Ag. Pará

O MAP também conta com apoio de instituições como o Sebrae-PA e os Correios, que disponibilizaram serviços para facilitar o envio das peças a outros estados e países.

“Nosso papel é apoiar os artistas e permitir que o artesanato paraense circule e seja reconhecido internacionalmente”, destacou Marcelo Pinheiro, superintendente dos Correios no Pará.

Durante os 11 dias de programação, o público poderá acompanhar shows de artistas locais e regionais, como Nilson Chaves, Banda Sayonara, Fruto Sensual, Grupo Paranativo e Mariza Black, além de projetos culturais como Saia de Flores, Sons Atípicos e o Madrigal da Uepa.

Pedro Guerreiro / Ag. Pará

O local escolhido para abrigar o museu carrega também uma história de resistência: o Espaço São José Liberto, construído em 1749, já foi convento e presídio antes de se tornar um polo cultural. Hoje, abriga o Polo Joalheiro, o Museu de Gemas do Pará, a Casa do Artesão e o Coliseu das Artes.

Com entrada gratuita, o Museu do Artesanato Paraense funciona até o dia 21 de novembro, das 16h às 22h, e se consolida como uma das experiências mais ricas da COP30 — um ponto de encontro entre tradição, criatividade e o futuro da Amazônia.

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