O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, explicou em entrevista o funcionamento do Tropical Forest Forever Facility (TFFF), ou Fundo Florestas Tropicais para Sempre, uma proposta brasileira que busca criar um novo modelo global de financiamento para a conservação das florestas tropicais.
Segundo Corrêa do Lago, o principal desafio para a aceitação do mecanismo é justamente o fato de ele ser “muito diferente” e “muito inovador”, o que tem causado estranhamento entre países desenvolvidos. Ainda assim, o diplomata defende que o fundo é benéfico tanto para os países que possuem florestas quanto para aqueles que não têm.
Valorização da floresta em pé
De acordo com o presidente da COP30, o TFFF propõe dar valor à floresta em pé, algo que nações desenvolvidas tentam alcançar há décadas por meio de outros fundos, sem sucesso. Ele destacou que, conforme o entendimento sobre o mecanismo se amplia, cresce a percepção de que o Brasil está oferecendo uma solução concreta para remunerar os serviços ecossistêmicos das florestas tropicais.
Novo modelo de financiamento
O TFFF propõe uma mudança de lógica na captação de recursos ambientais. Diferente de iniciativas baseadas em doações, o fundo combina capital público e privado para levantar bilhões de dólares por meio da emissão de títulos de investimento, atraindo o setor privado ao oferecer baixo risco, rentabilidade e liquidez.
O pagamento será feito com base na área de floresta mantida, e não apenas na redução de emissões, como ocorre em mecanismos de crédito de carbono. A proposta contempla mais de 70 países em desenvolvimento com florestas tropicais, entre eles Brasil, Colômbia, Gana, República Democrática do Congo, Indonésia e Malásia.
Inclusão social e reconhecimento
O fundo também prevê destinar pelo menos 20% dos recursos às populações indígenas, povos e comunidades tradicionais, reconhecendo o papel essencial desses grupos na proteção e manejo sustentável das florestas.
Para Corrêa do Lago, o TFFF representa uma oportunidade histórica de redefinir a economia da conservação e reposicionar o Brasil como protagonista nas negociações climáticas globais.
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