A 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) começa oficialmente nesta segunda-feira (10) em Belém (PA), com expectativas positivas para avanços em temas-chave da agenda global do clima. Segundo a embaixadora e negociadora-chefe do Brasil, Liliam Chagas, os dias que antecedem a abertura da conferência são marcados por intensas consultas entre a presidência e os grupos negociadores, e serão decisivos para o andamento das discussões.
“As negociações devem começar com o pé direito. Na sessão de Bonn, em junho, houve acordo preliminar sobre a maioria dos temas, como adaptação, transição justa, financiamento climático, perdas e danos, gênero e clima, e a implementação do primeiro Balanço Global do Acordo de Paris. A primeira etapa dessas conversas multilaterais foi bem-sucedida”, afirmou a diplomata em entrevista ao site oficial da COP30.
Três prioridades
De acordo com Liliam Chagas, a COP30 não terá um único tema central, mas buscará avanços em várias frentes. As três prioridades apontadas pela embaixadora são: adaptação climática, transição justa e implementação do Balanço Global do Acordo de Paris (GST).
O objetivo da adaptação climática é estabelecer indicadores que permitam medir o progresso dos países na criação de políticas para enfrentar eventos extremos. Já a transição justa busca garantir que a mudança para economias de baixo carbono ocorra de forma equitativa, com capacitação de trabalhadores e inclusão social.
A terceira prioridade é consolidar a implementação das recomendações do primeiro Balanço Global do Acordo de Paris, realizado há dois anos, que orienta os países a acelerar a transição energética e combater o desmatamento. “É preciso continuar trabalhando para avançar em direção a fontes renováveis e à reversão do desmatamento das florestas”, reforçou.
Processo multilateral
As decisões da COP são tomadas por consenso entre as 198 partes da Convenção do Clima e do Acordo de Paris, o que exige intensa coordenação diplomática. “É um sistema complexo, que envolve praticamente o mundo inteiro e milhares de entidades interessadas”, destacou a embaixadora.
Além das negociações formais, atividades paralelas também terão papel importante. A Agenda de Ação da COP30 reunirá soluções práticas em áreas como tecnologia, finanças e conservação ambiental. Um dos destaques é o Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), voltado a recompensar países que preservam suas florestas.
Na Cúpula de Belém, realizada nos dias 6 e 7 de novembro, chefes de Estado lançaram o Chamado de Belém à Ação, reafirmando o compromisso com os objetivos do Acordo de Paris e o limite de 1,5°C para o aumento da temperatura global. “A Cúpula teve a função de dar impulso político às negociações. Agora, é hora de colocar as ideias em prática”, concluiu Liliam Chagas.
Com informações de Cop30.br*
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