Bebê de 11 meses é morto em Ananindeua; mãe e padrasto são presos - Estado do Pará Online

Bebê de 11 meses é morto em Ananindeua; mãe e padrasto são presos

A mãe da criança teria deixado o filho aos cuidados do padrasto, que, segundo a polícia, havia passado o dia se drogando, enquanto ela saía para vender entorpecentes.

Um bebê de 11 meses, identificado como Igor Gael, morreu na manhã desta quinta-feira (6) após dar entrada na UPA do Aurá, em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém. A mãe e o padrasto da criança foram presos suspeitos de envolvimento na morte, que chocou profissionais de saúde e moradores da área.

De acordo com informações repassadas pela Polícia Militar, o médico de plantão desconfiou das lesões no corpo do bebê e acionou a perícia. O laudo preliminar apontou ruptura do fígado em duas partes, um ferimento incompatível com causas naturais e que reforçou a suspeita de agressão.

O tenente Paraense, da PM, informou que a criança apresentava uma forte lesão na barriga. “A perícia confirmou que o fígado estava partido ao meio, e houve desconfiança de que não se tratava de uma doença, mas de uma lesão corporal”, relatou o policial.

Após o resultado inicial da perícia, o padrasto do bebê — identificado apenas como Dalestefugiu do local, enquanto a mãe permaneceu na unidade de saúde e foi presa em flagrante pela Polícia Civil. Em seguida, equipes da PM iniciaram as buscas pelo suspeito, que foi encontrado em uma casa de familiares, ainda em Ananindeua.

“Recebemos uma denúncia anônima, fomos até a residência e realizamos o cerco. Ele ainda tentou fugir, mas, ao perceber que não tinha como, foi capturado e levado para a Deaca”, contou o tenente Paraense.

Na Delegacia Especializada no Atendimento à Criança e ao Adolescente (Deaca), os dois apresentaram versões contraditórias: o homem afirmou que a companheira teria agredido a criança, enquanto ela o acusa de ser o autor do crime.

A delegada Camila Jeha, titular da Deaca, informou que o padrasto confessou a agressão durante o interrogatório. Segundo o depoimento, ele teria se irritado quando o bebê acordou e chorou.

“Ele contou que ficou com muita raiva, pegou a criança e a lançou no chão. Ela caiu de barriga para baixo, começou a vomitar, e então ele se desesperou e saiu pedindo ajuda. Vizinhos tentaram socorrer, mas o bebê já chegou sem vida à UPA”, relatou a delegada.

Ainda conforme a investigação, o suspeito possui histórico criminal por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. Ele também usa bolsa de colostomia, consequência de um confronto anterior com a polícia.

A mãe da criança também será responsabilizada. De acordo com a delegada, ela teria assumido o risco ao deixar o filho sob os cuidados do companheiro para ir vender drogas, mesmo sabendo que ele era violento e que ambos haviam passado o dia usando drogas.

“Ela sabia do histórico dele, dizia que ele era perigoso, que já tinha trocado tiros com a polícia, mas ainda assim o deixou sozinho com o bebê. Ela saiu para vender drogas, deixando a criança doente, com febre e tosse. Ambos serão autuados por maus-tratos com resultado morte — ele pela ação direta, e ela pela omissão”, explicou Camila Jeha.

O caso segue sob investigação da Polícia Civil, que deve encaminhar o inquérito ao Ministério Público do Pará nos próximos dias.

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