O primeiro dia da Cúpula do Clima, em Belém, foi marcado por fortes discursos das lideranças brasileiras e internacionais. Na abertura do evento, o presidente Lula ressaltou que a Amazônia é “mais que uma floresta, é um mosaico de vida e saberes e tradição”.
Outra participação importante no primeiro dia de Cúpula foi do Príncipe William, do Reino Unido. Em discurso, o herdeiro do trono britânico reforçou a importância das lideranças indígenas na proteção do planeta e destacou o papel do Brasil e a urgência da crise climática.
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Confira um resumo do primeiro dia
1. A cúpula de líderes da COP30 foi iniciada com um apelo por coragem e transparência.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lembrou aos delegados que esta COP marca o retorno simbólico da convenção climática global ao Brasil, três décadas após a Cúpula da Terra, também realizada no Rio de Janeiro. No discurso, ele convocou os líderes a agirem com coragem e determinação.
O presidente alertou que o tempo para ação global está se esgotando rápido e que 2025, ano em que se comemoram os 80 anos da ONU — e os dez anos do Acordo de Paris —, será um marco decisivo para o multilateralismo e um momento de prestação de contas.
“A COP30 será a COP da verdade”, afirmou, destacando que é hora de acatar os alertas científicos e converter palavras em mudanças duradouras.
Ele fundamentou seu discurso no conceito brasileiro de mutirão—esforço coletivo e solidariedade—, instando os líderes a abraçarem a responsabilidade compartilhada como base para o progresso.
2. Iniciativa do Fundo Florestas Tropicais para Sempre atrai apoio internacional
O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF)—principal iniciativa do Brasil para canalizar investimentos de longo prazo na preservação das florestas tropicais —obteve amplo apoio internacional. O mecanismo foi criado em tempo recorde e está totalmente operacional para receber contribuições.
Até o momento, 53 países já endossaram a iniciativa, incluindo 19 potenciais investidores que manifestaram interesse inicial. A maior contribuição anunciada foi a da Noruega, que se comprometeu a investir USD 3 bilhões no novo mecanismo. A Indonésia e o Brasil prometeram USD 1 bilhão cada, enquanto a França anunciou um compromisso de 500 EUR milhões. Contribuições adicionais incluem USD 5 milhões dos Países Baixos para apoiar a secretaria do mecanismo e EUR 1 milhão de Portugal — sinalizando uma crescente confiança global na liderança do Brasil e na visão de longo prazo da iniciativa.
Ao lançar o TFFF, o Presidente Lula o descreveu como “uma iniciativa sem precedentes”, enfatizando que “pela primeira vez, os países do Sul Global terão protagonismo na agenda florestal.”
3. Líderes endossam apelo à ação para o manejo integrado e resiliência a incêndios florestais
Mais de 40 países e organizações internacionais relevantes, incluindo FAO, PNUMA e a Organização Internacional de Madeiras Tropicais (OIMT), endossaram o Apelo à Ação para o Manejo Integrado do Fogo e Resiliência a Incêndios Florestais.
A declaração:Estabelece o Manejo Integrado do Fogo como prioridade global para o clima e a biodiversidade.Advoga por uma transição do combate reativo para estratégias preventivas baseadas em evidências científicas.Enfatiza a cooperação, a liderança indígena, os sistemas de alerta precoce e a transferência de tecnologia.
Vincula a resiliência de longo prazo aos incêndios a mecanismos de financiamento sustentável, como o TFFF.
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