Os últimos corpos de suspeitos mortos durante a Operação Contenção, realizada pelo governo do Rio de Janeiro nos complexos da Penha e do Alemão, começaram a ser liberados do Instituto Médico Legal (IML) na última sexta-feira (31). A ação teve como alvo integrantes do Comando Vermelho e resultou em 121 mortes confirmadas.
Segundo a Polícia Civil, a maioria dos mortos tinha envolvimento direto com o tráfico, one 42 possuíam mandados de prisão pendentes, e 78 tinham histórico criminal. O governo afirma que o objetivo da operação foi conter a expansão da facção e interromper o fluxo de drogas e armas que abasteciam comunidades controladas pelo grupo.
De acordo com o balanço, as investigações apontam que a organização criminosa movimentava cerca de 10 toneladas de drogas por mês, além de realizar treinamentos com armas e explosivos. Mesmo sem capturar o principal alvo da quadrilha, o governador Cláudio Castro defendeu a ação:
“Todos eram perigosos e com ficha criminal. Os resultados mostram que o trabalho de investigação e inteligência foi adequado”, afirmou Castro, reforçando que o relatório completo será encaminhado às autoridades.
Entre os corpos identificados estava o de Wagner Nunes Santana, encontrado com um tiro na testa dentro de um lago na Serra da Misericórdia. A companheira, Karine Beatriz, grávida de alguns meses, reconheceu o corpo após três dias de busca. Ela questionou a forma como a operação foi conduzida e cobrou esclarecimentos.
“Após três dias de buscas consegui localizar o corpo, mas alívio eu só vou ter com repostas para as perguntar que não vão calar: “de onde vem pena de morte, se existe presídio, presídio é apenas enfeite? Até quando vai isso? Procurei um por um na mata. Não sei o que fizeram, mas o enterro vai ter de ser de caixão fechado”, disse.
A operação foi considerada uma das mais letais dos últimos anos no Rio e provocou a interrupção de serviços e o fechamento de escolas durante os confrontos. Entre os mortos, dezenas eram de outros estados, como Pará, Bahia, Amazonas, Ceará, Paraíba e Espírito Santo.
O governo estadual sustentou que as ações ocorreram após meses de monitoramento e visavam impedir a formação de uma rede interestadual de narcotráfico, com ramificações fora do Rio.
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