O tatuador Dan Quixote se pronunciou após a repercussão do vídeo em que aparece tatuando o diretor de Ação Cultural da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Semcult), Anderson Reis, dentro do Museu Casa Francisco Bolonha, em Belém. A gravação viralizou nas redes sociais e resultou na exoneração do diretor, determinada pelo prefeito Igor Normando.
Em um vídeo publicado na manhã desta quarta-feira (22) em seu perfil no Instagram, Dan afirmou que a tatuagem feita no espaço histórico faz parte de um projeto artístico que vem realizando em diferentes locais da cidade, como a Ilha do Combu e o Mercado de São Brás. Segundo ele, o objetivo é registrar a arte da tatuagem em pontos simbólicos de Belém e que a oportunidade de tatuar no Palacete Bolonha surgiu de forma espontânea.
“Algumas páginas de comunicação criaram umas notícias muito sensacionalistas sobre isso”, declarou o tatuador, enquanto tomava café e mostrava a cadeira usada no vídeo — segundo ele, pertencente ao acervo do estúdio De La Mancha, e não ao patrimônio do museu.
Dan afirmou ainda que não houve dano ou desrespeito ao espaço histórico.
“Não foi um atentado à cultura do nosso povo. Eu jamais desrespeitaria o local. Eu não tatuaria em um móvel da Belle Époque nem se o próprio Bolonha me desse, me permitisse, ou se a Alice, esposa dele, mandasse tatuar. Eu não tatuaria”, disse.
O tatuador também mostrou a bancada usada no procedimento, que, segundo ele, pertence ao estúdio, e afirmou que nenhum resíduo contaminado foi descartado nas lixeiras do museu.
“Quem acompanhou os stories sabe que gravamos a tatuagem no sábado de manhã, quando o palacete estava fechado. Eu não sei se era horário de expediente, se ele como diretor tinha que trabalhar no sábado de manhã”, completou.
O caso reacendeu o debate sobre o uso indevido de espaços públicos e históricos em Belém. Desde janeiro, o Museu Casa Francisco Bolonha enfrenta problemas de gestão, com falta de direção, fechamento do laboratório de restauro e suspensão de atividades culturais.
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