O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), manifestou publicamente seu descontentamento com a reitoria da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). Ele questionou um edital de pós-graduação que destinava cotas para estudantes das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil.
O político divulgou um vídeo na última quarta-feira (1º) notificando a instituição sobre sua oposição às cotas. O governador catarinense declarou que não concorda com a medida, alegando que o dinheiro dos contribuintes estaria sendo usado para beneficiar quem é de fora do estado.
”É só o que falta, dinheiro do catarinense, cota para quem é de fora. Já não basta a gente mandar nosso dinheiro para Brasília e voltar uma migalha. Já vou avisando que não concordo. Não vamos aceitar esse absurdo”, afirmou o governador.
A controvérsia nasceu de um edital de pós-graduação em Música da Udesc, lançado em fevereiro, que reservava uma das dez vagas para candidatos das regiões citadas, incluindo o Norte. Além dessa vaga, o edital também previa cotas para ampla concorrência, pretos e pardos, e para indígenas, quilombolas, transexuais e pessoas com deficiência.
Após a grande repercussão do vídeo nas redes sociais, a Udesc se pronunciou oficialmente sobre o caso. A instituição garantiu, por meio de nota, que a previsão de cotas para candidatos de outras regiões não reflete sua política institucional e não será repetida em processos futuros.
A universidade assegurou que suas diretrizes de inclusão sempre seguirão a legislação vigente sobre o tema. Em sua defesa, a Udesc destacou que a maioria de seus mais de 12 mil alunos, cerca de 67%, é natural de Santa Catarina.
Quando são incluídos os estudantes residentes no estado, o percentual de catarinenses na instituição se aproxima dos 80%. Assim, a universidade indica que aproximadamente quatro em cada cinco estudantes da Udesc são moradores locais.
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