O União Brasil estabeleceu, nesta quinta-feira (18), um prazo de 24 horas para que filiados nomeados em cargos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixem as funções, sob risco de serem enquadrados por “ato de infidelidade partidária“. A decisão foi assinada pelo presidente nacional da sigla, Antônio Rueda. Atualmente, a sigla tem três ministros na gestão petista — Celso Sabino (Turismo), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) e Frederico de Siqueira (Comunicações).
A resolução foi anunciada em meio à nota em que a legenda manifesta “irrestrita solidariedade” a Rueda, que teve o nome citado em investigações da Polícia Federal (PF) sobre a infiltração da facção criminosa PCC em setores financeiros e de combustíveis. A corporação apura se o dirigente seria dono oculto de jatos usados por criminosos, mas destaca que ele não é formalmente investigado.
Segundo o comunicado, “causa profunda estranheza que essas inverdades venham a público justamente poucos dias após a determinação oficial de afastamento de filiados do União Brasil de cargos ocupados no governo Lula”. Para o partido, a divulgação dos fatos reforçaria a percepção de “uso político da estrutura estatal” para desgastar sua liderança. Rueda já havia classificado a situação como uma “campanha difamatória”. Nas redes sociais, a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, reagiu às declarações da sigla.
“A direção do partido tem todo direito de decidir a saída de seus membros do governo. O que não pode é atribuir falsamente ao governo responsabilidade por publicações que associam dirigente do partido a investigações sobre crimes. Isso não é verdade”, disse.
No início de setembro, União Brasil e Progressistas haviam dado 30 dias para que ministros das duas siglas deixassem o governo federal, em medida que também atinge André Fufuca, titular da pasta do Esporte. A nova resolução, no entanto, antecipa a previsão de saída dos quadros. Desde agosto, União e PP atuam em federação partidária, que soma 108 deputados federais e 14 senadores, formando a maior bancada da Câmara e a segunda maior do Senado. A direção do bloco é compartilhada por Rueda e pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI).
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