O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (15) que a Polícia Penal do Distrito Federal apresente, no prazo de 24 horas, um relatório sobre o motivo de não ter sido realizado o transporte imediato do ex-presidente Jair Bolsonaro de volta para casa após procedimento médico em Brasília.
Na decisão, Moraes determinou que o relatório detalhe o carro usado no deslocamento, os agentes que acompanharam Bolsonaro no hospital e as razões para a demora no retorno, que havia sido autorizado com a condição de ser imediato.
No domingo (14), Bolsonaro foi levado sob escolta ao Hospital DF Star, em Brasília, para realização de um procedimento dermatológico. Embora o ministro tenha autorizado a saída apenas para os exames, o ex-presidente permaneceu na porta da unidade após a alta, onde acompanhou seu médico em entrevista coletiva. No local, recebeu manifestações de apoio de simpatizantes que o aguardavam.
O documento de Moraes não especificou a suspeita que motivou a solicitação de explicações à Polícia Penal.
Prisão domiciliar
Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, por decisão de Moraes, que também restringiu visitas em sua residência e determinou o uso de tornozeleira eletrônica. O ministro entendeu que o ex-presidente descumpriu medidas anteriores ao usar redes sociais de familiares e terceiros.
As cautelares fazem parte de um dos inquéritos em que Bolsonaro é investigado ao lado do filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por suposta articulação com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em medidas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do STF.
Na semana passada, a Primeira Turma do STF condenou Bolsonaro e outros sete réus na ação penal da chamada trama golpista. A decisão foi tomada por 4 votos a 1 e incluiu os crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado.
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