Bolsonaro e aliados usam governo americano para pressionar política e economicamente o Brasil, denuncia Lula - Estado do Pará Online

Bolsonaro e aliados usam governo americano para pressionar política e economicamente o Brasil, denuncia Lula

"Motivação da Casa Branca é política", afirma Lula em artigo publicado neste domingo, no New York Times.

Presidente Lula
Presidente Lua. Foto: Ricardo Stuckert

Em artigo publicado neste domingo (14) no New York Times, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) denunciou que aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), vêm tentando instrumentalizar o governo dos Estados Unidos para retaliar o Brasil. Segundo Lula, a ofensiva americana — que inclui tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e sanções a ministros do STF e integrantes do governo — tem motivação política, e não econômica.

A escalada começou quando Donald Trump publicou uma carta atacando o Supremo Tribunal Federal, acusando-o de conduzir uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro. Logo depois, o governo americano aplicou tarifas e acionou a Lei Magnitsky contra autoridades brasileiras. Eduardo Bolsonaro e aliados condicionaram a retirada dessas medidas à aprovação de projetos favoráveis à família e a aliados no Congresso, incluindo propostas de anistia, deixando claro que o poder de Washington estava sendo usado como instrumento de pressão política doméstica.

Lula reforçou que a condenação de Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros crimes é resultado de um processo constitucional e transparente, e afirmou ter “orgulho” da decisão histórica do STF. “Não se trata de caça às bruxas, mas de um julgamento que revelou planos para atacar a democracia brasileira”, disse.

O presidente também rebateu acusações de que o sistema jurídico brasileiro ataca empresas de tecnologia norte-americanas, lembrando que “todas as plataformas, nacionais ou estrangeiras, estão sujeitas às mesmas leis no Brasil”.

Ao se dirigir diretamente a Trump, Lula afirmou que “não há diferenças ideológicas que impeçam governos de trabalharem juntos em áreas de interesse comum”, mas advertiu: “Democracia e soberania do Brasil não estão à venda”.

O artigo conclui com uma referência a um discurso de Trump na ONU em 2017, lembrando que relações entre países soberanos devem se basear no respeito mútuo — princípio que, segundo Lula, deve prevalecer mesmo diante das tentativas da família Bolsonaro de usar Washington como instrumento de influência política e econômica no Brasil.

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