Na manhã deste domingo (14), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou pela primeira vez a prisão domiciliar para realizar um procedimento médico em Brasília. Escoltado por sete viaturas e seis motos da Polícia Penal do Distrito Federal, conforme determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro seguiu para o hospital DF Star, onde foi submetido à remoção de lesões na pele.
Alexandre de Moraes deferiu o pedido médico, reconhecendo o direito ao tratamento de saúde. Embora Bolsonaro esteja em prisão domiciliar, ele continua sujeito a medidas cautelares (restrições, monitoramento etc.). Portanto, sair para procedimento médico não anula o regime restritivo; ele foi autorizado a se deslocar mediante escolta policial, para garantir que as condições impostas sejam cumpridas.
A decisão prevê explicitamente a escolta pela Polícia Penal do Distrito Federal. Ou seja, não é permissão para circular livremente, mas deslocamento controlado, acompanhado por agentes responsáveis para evitar riscos à aplicação da medida judicial.
O deslocamento chamou atenção pela dimensão da operação. Segundo o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PL), que acompanhou o pai, o comboio envolveu “mais de 20 homens armados de fuzis” e “10 batedores”. Em suas redes sociais, o parlamentar acusou a ação de ter “caráter de humilhação” contra o ex-presidente.
“Já no hospital, homens fardados e armados vigiam como se um senhor de 70 anos pudesse fugir por uma janela, assim como fazem em sua prisão domiciliar. Fica claro: o objetivo é fragilizá-lo, expô-lo e ofendê-lo”, escreveu Carlos.
Bolsonaro chegou ao DF Star pouco antes das 8h, acompanhado de Carlos e do filho mais novo, Jair Renan (PL), vereador em Balneário Camboriú (SC). O procedimento, com duração prevista de cerca de duas horas, estava agendado para as 10h.
A presença de apoiadores na porta do hospital reforçou o clima de tensão política em torno do ex-presidente, que cumpre pena em regime domiciliar após condenação pela Primeira Turma do STF por tentativa de golpe de Estado.
Carlos Bolsonaro voltou a atacar a Justiça e a segurança da operação, afirmando que o tratamento dado ao pai é desproporcional.
“No fundo, o que não conseguiram em 2018, tentam agora, a qualquer custo, concluir. Não há como não se indignar! Querem matar Jair Bolsonaro de um jeito ou de outro”, disse o vereador.
Apesar das críticas, a escolta foi realizada sem intercorrências e, segundo fontes ligadas ao hospital, o ex-presidente deve retornar ainda neste domingo para sua residência, onde seguirá cumprindo prisão domiciliar sob vigilância da Polícia Penal.
Leia também:
Deixe um comentário