Dificilmente você vai lembrar de uma rodada no futebol brasileiro em que a arbitragem não foi tema. Geralmente, os jogos são marcados por polêmicas, como no caso de Coritiba e Clube do Remo, pela 22ª segunda rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.
Após a partida, o executivo de futebol do Leão Azul, Marcos Braz, foi para a coletiva de imprensa no lugar do técnico António Oliveira e disse que o que fizeram com os azulinos foi “uma covardia”, reclamando da arbitragem comandada pelo goiano Jefferson Ferreira de Moraes.
Tudo aconteceu aos 13 minutos do segundo tempo, quando o árbitro expulsou Pedro Morisco e marcou pênalti para os remistas após Caio Vinícius levar uma cotovelada do goleiro do Coxa. No entanto, o VAR recomendou revisão do cartão vermelho, apontando falta do jogador paraense primeiro.
“Entendo que o jogador de azul vai para impedir a reposição de bola do goleiro antes da cotovelada. Recomendo uma revisão para um possível não penal. O cartão vermelho está confirmado”, informou o VAR Rodrigo Nunes de Sá (RJ).
“Voltarei (o jogo) com cartão vermelho, mas falta em favor do goleiro porque ele (Caio Vinícius) atrapalha a reposição de bola”, respondeu Jefferson.
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O QUE DIZ A REGRA?
Segundo as Regras de Jogo da FIFA/IFAB, especificamente na Regra 12 (Faltas e Conduta Antidesportiva), quando o goleiro tem a bola sob controle (seja segurando com as mãos, quicando ou se preparando para repor em jogo), nenhum adversário pode:
- Tocar ou tentar tocar na bola enquanto o goleiro a controla;
- Obstruir a reposição ou atrapalhar de forma clara a ação do goleiro de soltar ou repor a bola em jogo.
Nesse caso, se um adversário se coloca na frente do goleiro para impedir ou retardar a reposição rápida, o árbitro deve considerar isso como conduta antidesportiva (atrasar o reinício do jogo).
O que acontece na prática:
- O árbitro interrompe a jogada;
- O adversário recebe cartão amarelo por conduta antidesportiva;
- O jogo é reiniciado com um tiro livre indireto a favor da equipe do goleiro, no local da infração.
Mas a expulsão é mantida sem pênalti?
Apesar da obstrução do adversário, as regras deixam claro: nenhuma conduta violenta é justificada.
- Dar uma cotovelada é considerado agressão (conduta violenta), independentemente da bola estar em jogo ou não.
- A Regra 12 determina que a punição para conduta violenta é expulsão direta.
Ou seja, mesmo havendo a infração do adversário antes, o goleiro não pode reagir com agressão. Sendo assim, o cartão vermelho foi mantido, porque a agressão é uma falta disciplinar grave e independe da jogada em andamento. O jogo foi reiniciado com tiro livre indireto a favor do Coritiba, conforme diz a regra.
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