O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A medida, que entra em vigor no próximo dia 6 de agosto, classifica o Brasil como uma “ameaça incomum e extraordinária” à segurança dos EUA, o mesmo status já atribuído a países como Venezuela, Irã e Cuba.
A decisão foi divulgada em comunicado oficial da Casa Branca, que acusa o governo brasileiro de perseguir adversários políticos, violar direitos humanos e restringir a liberdade de expressão. “A ação de hoje trata de políticas, práticas e ações do Brasil que ameaçam a segurança nacional, a política externa e a economia dos Estados Unidos”, afirma o texto, citado pela Agência Brasil.
O documento ainda repete a narrativa do ex-presidente Jair Bolsonaro, que afirma ser vítima de perseguição por parte das instituições brasileiras. “A perseguição, intimidação, assédio, censura e processos politicamente motivados contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e milhares de seus apoiadores são graves violações dos direitos humanos”, declarou a Casa Branca.
A sanção foi fundamentada na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA), aprovada nos EUA em 1977. Essa legislação permite que o presidente americano declare estado de emergência e adote medidas econômicas contra países considerados uma ameaça. No caso do Brasil, a principal consequência imediata será o encarecimento das exportações ao mercado norte-americano.
Trump também apontou decisões judiciais contra plataformas digitais como parte do motivo da retaliação. No comunicado, ele acusa o governo brasileiro de pressionar empresas americanas a remover perfis, censurar conteúdo político e entregar dados de usuários. Em 2024 e 2025, o STF determinou a suspensão das redes X (ex-Twitter) e Rumble por descumprirem decisões judiciais e atuarem no país sem representação legal.
A medida, segundo o presidente norte-americano, visa defender “os valores, a soberania e a segurança dos Estados Unidos”. Embora ainda não haja resposta oficial do governo brasileiro, a imposição das tarifas deve impactar diretamente setores do agronegócio, siderurgia e indústria, que têm os EUA como importante destino de exportação.
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