Aluno da UFRA denuncia abandono após tragédia com comboio de estudantes em Goiás - Estado do Pará Online

Aluno da UFRA denuncia abandono após tragédia com comboio de estudantes em Goiás

O acidente ocorreu na madrugada da última quarta-feira (16), na BR-153, três estudantes da UFPA, o motorista do ônibus e o caminhoneiro morreram na hora. O comboio seguia rumo ao Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Goiânia (GO).

Raí Dimitri, estudante de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), veio a público denunciar o que classifica como negligência da instituição com seus alunos após o trágico acidente que vitimou cinco pessoas em um comboio de estudantes paraenses rumo ao Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Goiânia (GO).

O acidente ocorreu na madrugada da última quarta-feira (16), na BR-153, em Porangatu (GO), quando uma carreta invadiu a pista contrária e colidiu com o primeiro dos quatro veículos que transportavam alunos da Universidade Federal do Pará (UFPA). Três estudantes da UFPA, o motorista do ônibus e o caminhoneiro morreram na hora. Outros passageiros seguem internados em estado grave.

Raí estava no mesmo ônibus de estudantes da UFPA que integrava o comboio. Apesar de não ter se ferido, ele afirma que, desde o acidente, a UFRA não ofereceu qualquer tipo de suporte.

Não houve nenhum contato da universidade com a gente, nem mesmo uma mensagem perguntando se estávamos bem, afirma.

De acordo com ele, professores da instituição tentaram intermediar ajuda, mas a resposta da administração superior da UFRA teria sido que “não havia orçamento” para apoiar os alunos.

“Tivemos que nos virar sozinhos. Eu precisei fazer uma vaquinha com minha família para conseguir voltar para Belém. Só consigo retornar na quarta-feira (24)”, contou o estudante.

Segundo Raí, o Ministério da Educação (MEC) ofereceu alojamento temporário, mas priorizou o atendimento aos alunos da UFPA, especialmente os que estavam no ônibus diretamente atingido. “Mas nós da UFRA também estávamos no comboio. A gente viu tudo. Temos amigos que se machucaram e colegas que morreram. Estamos abalados e também precisando de apoio”, desabafa.

No total, eram apenas 10 alunos da UFRA no grupo. “A universidade poderia muito bem ter feito algo. É revoltante ver como fomos ignorados” lamentou.

A reportagem procurou a UFRA para solicitar posicionamento sobre as denúncias, confira a nota da instituição na íntegra:

“A Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) informa que não houve uma viagem oficial da própria universidade para o Congresso Nacional da União dos Estudantes (CONUNE) e não foram feitas promessas sobre custeio de passagens aéreas a estudantes em nenhum canal ou comunicado oficial da universidade.

A única comunicação interna realizada pelos alunos foi feita ainda antes da viagem, via processo Sipac (23084.012156/2025) de solicitação de ajuda de custo para a viagem, processo que foi originado pelo Instituto de Ciências Agrárias (ICA), tramitou na Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional (PROPLADI), que retornou o processo à unidade demandante, que não recebeu o processo, de forma que não houve finalização ou autorização oficial alguma para essa viagem.

Desse modo, como os alunos da UFRA viajaram de forma independente e não-oficial, não foram assegurados por seguro de vida, algo essencial e obrigatório quando se trata de uma viagem oficial da instituição.

A UFRA reitera que não havia estudantes da instituição no ônibus que se acidentou. E mesmo não tendo se comprometido ou sequer tenha recursos para arcar com as despesas aéreas de retorno dos alunos da instituição que estão participando do congresso, disponibiliza apoio psicológico prioritário a todos aqueles que estavam no comboio da viagem e que porventura necessitem desse suporte.

A universidade lamenta profundamente a tragédia ocorrida com os alunos e motorista da UFPA e se solidariza com amigos e familiares das vítimas desse triste episódio.”

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