Segundo matéria da CNN, o governo Lula está considerando apoiar a candidatura do prefeito de Ananindeua, Daniel Santos, filiado ao PSB, para as próximas eleições no Pará. Segundo o jornalista Gustavo Uribe, da CNN Brasil, a ideia é que ele seja o candidato inclusive do atual governador Helder Barbalho (MDB), que pretende concorrer ao Senado Federal, caso não haja acordo para compor chapa com Luiz Inácio Lula da Silva (PT).Ainda segundo a matéria, esse movimento ocorre diante da articulação para que o MDB faça a chapa com o PT, o que altera o cenário político local. Daniel Santos tem forte presença na região e conta com o apoio do governo estadual para ampliar sua influência.
Contudo, o cenário político local é bem diferente do noticiado pelo jornalista: Daniel Santos e Helder Barbalho, até então, travam uma guerra fria e mantêm seus interesses políticos totalmente diferentes um do outro. Helder já confirmou mais de uma vez que sua candidata para 2026 é Hanna Ghassan, enquanto Daniel busca meios para se fortalecer no cenário para o próximo ano.
Daniel, apesar de ser filiado ao PSB, partido de centro-esquerda, surpreendeu em 2024 ao apoiar candidaturas do PL em Belém (Éder Mauro) e Santarém JK do Povão) e destacou sua equipe de marketing para apoiar a candidata do PL em Tucuruí, Eliane Lima, que disputará a eleição suplementar de Tucuruí, agendadas para o mês de agosto pelo TRE-PA, depois que o prefeito reeleito em 2024, Alexandre Siqueira (MDB) foi cassado pela corte. Diante deste cenário, Daniel afirma-se como adversário do governador e não aliado ou apoiado, como sugere a matéria da CNN.
Em 2025, ao assumir a presidência estadual do PSB, Daniel intensificou diálogos com lideranças da direita, como o prefeito de Marabá, Toni Cunha (PL), sinalizando uma possível estratégia para viabilizar sua candidatura ao governo do Pará em 2026 com apoio transversal, incluindo setores da direita. Ao mesmo tempo, Daniel tem mantido como secretários dos seus dois mandatos, filiados do PCdoB e do PT, o que demostra claramente uma postura política mais dúbia, flexível e pragmática, do que uma aliança ideológica e com lado politico definido
No cenário nacional, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou que deseja conquistar metade das cadeiras da Câmara e do Senado para “mudar o destino do Brasil”. Ele ressaltou que nem precisa ser presidente para isso, em um movimento que busca fortalecer a direita no Congresso.Preocupado com o avanço da direita, o presidente Lula tem estimulado candidaturas e filiações ao PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin, para tentar fazer um contraponto nas eleições de 2026. A ideia de Lula é que em estados com maior resistência à esquerda, o governo federal apoie nomes do PSB ao Senado Federal, visando criar uma espécie de muro de contenção.
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