Projeto devolve cães ao campus da UFRA após castração e tratamento - Estado do Pará Online

Projeto devolve cães ao campus da UFRA após castração e tratamento

Animais receberam cuidados veterinários e retornaram ao ambiente onde já estavam adaptados, seguindo o método de Captura, Esterilização e Devolução

Divulgação / UFRA

Cães que vivem de forma livre no campus Belém da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) foram devolvidos ao local após receberem atendimento veterinário com castração, vacinação e vermifugação. A iniciativa faz parte do projeto Medicina Veterinária do Coletivo, que atua no resgate, tratamento e adoção de animais errantes e abandonados.

A devolução dos animais ocorreu em junho, seguindo o método CED – sigla para Captura, Esterilização e Devolução –, técnica reconhecida internacionalmente para o controle populacional de cães e gatos de vida livre. Os animais retornaram ao campus com coleiras de borracha coloridas, que servem como um sinal visual para indicar à comunidade universitária que já foram tratados e estão sob acompanhamento.

De acordo com a médica veterinária Betânia David, que coordena o projeto, a estratégia busca garantir o bem-estar dos cães e evitar a superlotação dos canis da universidade.

Hoje estamos com lotação muito grande. Alguns cães têm perfil de vida livre e não se adaptam a lares. O método CED evita a superpopulação e reduz comportamentos agressivos”, explicou.

Desde que foi criado, no fim de 2022, o projeto já resgatou cerca de 50 animais dentro do campus e conseguiu promover cerca de 60 adoções.

Nós temos uma rotatividade muito boa de adoções e isso favorece a chegada de uma família para esses animais. Entretanto, nós temos animais que nós consideramos de vida livre, que são alguns que circulam dentro do campus. Respeitar esse modo de vida é também respeitar o bem-estar animal”, acrescentou Betânia.

A médica veterinária Amanda Coutinho, que também integra o projeto, lembrou o caso de um dos cães devolvidos recentemente, que precisou passar por tratamento antes de retornar ao campus.

“Então, a gente iniciou o tratamento dele, a reabilitação do animal. Após finalização do tratamento, aí sim o animal estava apto para ser devolvido para um ambiente de origem”, relatou.

A estudante de Medicina Veterinária Luiza Jabob participou da devolução de dois cães, Chico e Zara, no mesmo local onde foram capturados.

“Nós fomos fazer soltura dos animais do Chico e da Zara no pavilhão, porque nós capturamos eles lá. Então, a nossa forma de devolver eles para o campus é devolver no mesmo local de captura”, contou.

Para Luiza, fazer parte do projeto representa a chance de contribuir com algo concreto para a sociedade.

“Porque eu sinto que eu contribuo de verdade para a saúde pública e para o bem-estar animal, conseguindo trabalhar com animais que são animais errantes. São animais de vida livre, em que a gente faz o controle dessa população de forma muito efetiva”, afirmou.

Segundo Betânia, a presença desses cães no campus também ajuda a impedir a entrada de novos animais.

Esses eu sei que eles já são vacinados, que são castrados. Se eu recolho todos, vão entrar novos e aí eu vou ter novamente o mesmo problema. Então esses cães a gente considera eles como sentinelas, porque eles tomaram a universidade como a casa deles e eles vão proteger. Então isso é fundamental até para evitar uma superpopulação de animais aqui dentro, porque eles mesmo não vão permitir essa entrada de novos animais.”

Ela também alerta para o abandono de animais, prática que ainda ocorre e que pode levar à superpopulação e ao sofrimento dos bichos.

Nossa vigilância hoje está mais atenta pra isso. Já tivemos casos de pessoas que retornaram com os animais que provavelmente seriam abandonados aqui. É importante que toda a comunidade se solidarize para evitar esse abandono. Porque esses que nós conseguimos tratar foram alguns que tiveram sucesso. Mas tem animais abandonados que infelizmente estão muito doentes e até se perceber que eles foram abandonados, podem vir ao óbito sem nenhum cuidado”, finalizou.

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